Apontado pela polícia como o responsável pelo laboratório de produção de cocaína descoberto no bairro Buenos Aires, em Guarapari, no mês passado, Thiago dos Santos, o “Tutu”, morava em uma casa de alto padrão no bairro Marcílio de Noronha, em Viana. A polícia acredita que o imóvel tenha sido adquirido com o dinheiro que o suspeito ganhava com a produção e a venda da droga.
“A produção da cocaína e de derivados dela se mostrou aparentemente bem mais rentável do que a pura e simples venda. Em 12 anos de carreira, eu não havia ainda me deparado com pessoas que tenham alcançado um sucesso financeiro dessa dimensão no exercício dessa atividade”, ressaltou o delegado Guilherme Eugênio, responsável pela investigação do caso.
A família de Thiago, no entanto, alega que a casa foi construída com o dinheiro que a mãe dele ganhava trabalhando como faxineira e cuidando de idosos. Nesta sexta-feira, a polícia divulgou um vídeo feito dentro do imóvel, onde o suspeito morava até a polícia pedir a prisão dele. “No dia no qual houve a descoberta do laboratório, ele já empreendeu fuga e contamos com a ajuda da população para a prisão dele”, frisou o delegado.
De acordo com a polícia, Thiago também é o responsável pelo tráfico de drogas no bairro Seringal, em Viana. A droga que ele vendia era produzida no laboratório em Guarapari, que funcionava na casa do empresário Luís Cláudio da Cruz, de 40 anos. Luís Carlos se entregou após ter a prisão decretada.
“O Luiz Cláudio é o dono do imóvel no qual o laboratório funcionava. É uma pessoa que tinha uma imagem em princípio boa e não se envolvia ostensivamente com nenhuma atividade ilícita. Já o Thiago dos Santos deixou a prisão há pouco e é o efetivo dono da atividade. Ele não é o dono do imóvel, mas é o responsável maior pela produção de drogas ali existente”, explicou Eugênio.
Ainda segundo as investigações, o grupo trabalhava de forma bastante organizada, com tarefas bem divididas. A droga era produzida em Guarapari, vendida em um bairro de Viana e entregue em outro bairro do mesmo município. “Ele montou um sistema logisticamente organizado de vendas em Seringal, por meio do qual aqueles que abordam os motoristas que passam por ali oferecendo drogas não têm a posse direta das drogas”, disse o delegado.
Guilherme Eugênio ressaltou ainda que as investigações vão continuar para apurar a participação de outras pessoas no esquema de produção, venda e distribuição de drogas.
“Vamos avançar na expectativa de que sejam identificados e presos os demais responsáveis pela produção. Aquele laboratório funcionava como uma pequena fábrica. O Luiz Carlos é o dono do espaço e envolvido nessa atividade. O Thiago é o dono do empreendimento, é o empresário propriamente dito. Mas há os operários, ou seja, aqueles que materialmente trabalhavam na produção e transporte das drogas que eram vendidas em Viana”, finalizou o delegado.