Um homem, suspeito de matar a ex-namorada enforcada com um cinto, na Serra, Região Metropolitana da Grande Vitória, foi preso no Rio de Janeiro. Francisco Lucas dos Santos, de 27 anos, foi preso dentro de um restaurante em que trabalhava aos finais de semana, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Foram quase dois meses de investigações até chegar ao suspeito.
Raissa de Santana, de 23 anos, foi assassinada em setembro. A polícia também descobriu que Francisco tem um histórico de agressão a mulheres. Antes de matar a Raissa, ele já tinha ameaçado e tentado matar uma ex-namorada em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro.
“Na última sexta-feira (25) os policiais conseguiram encontrar o Francisco em um restaurante. Tudo indica que o cumprimento de mandado de prisão foi tranquilo, sem resistência da parte dele”, informou o delegado Janderson Lube, da Delegacia Especializada em Homicídios Contra a Mulher.
A causa da morte de Raissa também não foi divulgada, mas de acordo com o delegado, tudo leva a crer que Francisco usou um capacete para bater na cabeça e depois amarrou o pescoço dela com um cinto. Ainda segundo a polícia, a família da jovem deve ser chamada a depor novamente.
O crime
Raissa foi assassinada no dia 25 de setembro. A jovem tinha 23 anos. Segundo a mãe da vítima, Sônia dos Santos, ela passou um dia muito alegre com a filha, mas o suspeito acabou ligando para a jovem.
“Ela fez o meu cabelo, fez a minha unha e nós passamos um dia alegre. Ela também fez almoço. Ela era muito bagunceira na cozinha e eu ficava falando para ela não fazer bagunça, mas sempre muito alegre. Ela me disse que ia na casa da tia e depois falou que o Lucas tinha ligado para ela buscar as coisas dela, pois ele ia embora para o Rio. Eu pedi para ela ter cuidado e ela disse que me amava muito. Foi a última vez”, contou a mãe.
Ela e Francisco tiveram um relacionamento que durou um ano, mas ficaram três meses separados. Ele não aceitava o fim do namoro. Os dois estiveram em uma festa e lá tiveram uma longa conversa. “No sábado ela ligou e disse que estava num churrasco com ele, mas que estava muito bem e que no domingo ela viria embora, mas ela não voltou, pois ele já estava planejando a morte”, afirmou Sônia.
Após a festa a jovem foi assassinada. Para a mãe da vítima tudo foi premeditado. “Foi tudo planejado e tinha tempo. Ele a levou para uma festa e lá a embriagou. Ela falou que não queria mais ficar com ele, pois teve gente que me ligou e disse que ela discutiu com ele, falando que não queria mais, mas ele insistiu. Ela falou que queria vir embora, mas já era de madrugada. Não tinha como ela vir, então ele a colocou na moto. Em um determinado local ela desconfiou do destino e perguntou porque era levada para lá. Foi a hora que ela começou a lutar com ele, mas eu acho que ele não estava sozinho, pois não tinha condições”, destacou.
A prisão
Foram 17 dias de angústia sem saber o paradeiro da filha. Quando o corpo foi encontrado, o suspeito fugiu para o Rio de Janeiro. Na última sexta-feira (25) Sônia recebeu uma ligação da polícia Carioca dizendo que o suspeito havia sido preso na Barra da Tijuca.
Além de ser procurado pela polícia do Espírito Santo pelo assassinato de Raissa, contra ele foram cumpridos ainda outros mandados de prisão, expedidos pela Justiça de Campos dos Goytacazes e do Rio de Janeiro, por tentativa de homicídio, feminicídio, ameaça, violência, doméstica e inadimplemento de pensão alimentícia.
A notícia da prisão do suspeito deu um pouco de alívio para a mãe da vítima, mas perdão ela afirma que ainda não tem como. “Eu não ganhei um filho para isso. Isso não tem perdão. Mesmo se ele estiver preso, se ele morrer, a minha filha não vai voltar. Mas eu vou me sentir aliviada”, relatou.