Durante a audiência de custódia realizada na terça-feira (30), o DJ Gustavo Henrique Elias Santos, preso suspeito de hackear celulares de autoridades, disse que foi detido enquanto estava pelado e impedido de vestir uma cueca na presença de uma policial federal.
“Eu estava pelado, dormindo pelado, e eles não deixavam de jeito nenhum eu por uma roupa. Foi nessa hora até que questionaram se eu permitia uma policial feminino e eu disse: ‘Mas eu estou despido. Deixa eu colocar pelo menos uma cueca? Podem me algemar, me levar, mas deixa eu colocar pelo menos uma cueca?’. Não deixaram eu colocar uma cueca. Depois de algum tempo me deram uma roupa”.
Questionado pelo juiz sobre quanto tempo teria durado o constrangimento na frente de uma policial federal, ele disse: “Uns dez minutos”.
No início da audiência, Gustavo disse que foi tratado bem fisicamente durante a prisão, mas que foi agredido verbalmente o tempo todo, o que julgou desnecessário para a investigação. “Colaborei desde o começo, mas me chamaram de hacker, bandido, falaram: ‘está preso, perdeu'”.
Outra problema apontado por Gustavo no procedimento de prisão foi o fato de não ter sido autorizado a dar um telefonema quando foi preso, apenas, segundo ele, quatorze horas depois.
“A viagem inteira [de São Paulo para Brasília] eu queria ligar pro meu advogado porque eu queria saber o que estava acontecendo. Queria ligar pra minha mãe. Chegamos a Brasília umas 18h, e só à noite falei com o meu advogado”.
Os quatro presos na Operação Spoofing sob suspeita de terem invadido celulares de centenas autoridades, entre elas o ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) e o chefe da Lava Jato Deltan Dallagnol, foram ouvidos nesta terça-feira (30), em uma audiência de custódia pelo juiz Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara Federal.
Com informações do Portal R7!