Polícia

Suspeito de matar jovem mineira de 19 anos em Vitória é preso na Bahia

Myllena Ferreira foi encontrada morta com um tiro na cabeça dentro de uma quitinete no bairro Monte Belo, em VItória, na última quinta-feira (14)

Foto: Reprodução TV Vitória

O homem suspeito de matar uma jovem, de 19 anos, no bairro Ilha de Monte Belo, em Vitória, foi encontrado e preso no Estado da Bahia. A prisão do suspeito, de 21 anos, aconteceu na manhã desta quinta-feira (14) com o apoio da Polícia Civil da Bahia e da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Ele é o principal suspeito da morte de Myllena Ferreira de Almeida, de 19 anos, que aconteceu no último domingo (10). A delegada titular da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM),  Rafaella Aguiar falou sobre a prisão.

A gente já começou as diligências na segunda-feira, no dia subsequente ao crime, e fomos tentando informações. O disque-denúncia foi primordial para que a gente tivesse elementos indicativos de que a autoria realmente teria sido por parte do namorado da vítima. E depois, ao longo da segunda-feira, a gente conseguiu elementos palpáveis de que, realmente, tudo leva a crer que ele seja o autor do crime”, relatou a delegada.

Após denúncia sobre o suspeito e de que ele teria fugido do Estado, a Polícia Civil entrou em contato com a PRF. Um cerco foi montado e o homem foi encontrado dentro de um ônibus interestadual, próximo de Teixeira de Freitas, na Bahia.

“Na manhã de hoje, quando a gente foi cumprir os mandados de prisão, recebemos uma nova informação de que ele tinha pego um ônibus sentido Bahia, para empreender fuga do Estado já que tinha causado uma certa repercussão sobre o crime em si. Rapidamente ligamos para os contatos da Pol´ícia Rodoviária Federal e, prontamente, eles começaram a fazer pontos de bloqueio. Próximo a cidade de Teixeira de Freitas, na Bahia, ele foi localizado dentro de um ônibus, onde foi dado o cumprimento do mandado de prisão”, disse.

O suspeito foi encaminhado para a delegacia de Teixeira de Freitas, onde passou por um interrogatório realizado pela Polícia Civil. Ele disse que esteve com Myllena no domingo, mas negou o crime e as agressões.

“Ele não confessa o crime, mas ele confessa que, no dia que o corpo foi encontrado, ele realmente esteve com a vítima. Ele praticou relação sexual com ela, entretanto ele disse que saiu de lá e não teve mais notícias do paradeiro dela”, relata Rafaella.

De acordo com a polícia, no dia do assassinato o suspeito teria se encontrado com integrantes do grupo de tráfico de drogas que ele pertence e informado sobre uma briga com Myllena. Os criminosos pediram que uma mulher fosse até a casa da vítima confirmar a história contada.

“A gente recebeu informações de que ele tinha chegado ao grupo do tráfico de drogas, ao qual ele pertence, e narrado que ele tinha cometido um crime e que era pra ir lá pra ver o que tinha acontecido. O pessoal do tráfico entrou em contato com amigas da vítima, que fizeram a ponte com a líder comunitária e foi até o local e constatou que a vítima estava morta com um tiro na cabeça”, contou a delegada.

Segundo a polícia, o homem é casado e mantinha um relacionamento extraconjugal com a vítima. Nos dois casos, ele era violento com as mulheres.

“E a violência não era só física, ele praticava violência psicológica. Por ele ser um integrante do tráfico de drogas, isso acaba, de certa forma, inibindo que a mulher venha nos procurar ou qualquer órgão de proteção `à mulher”, disse.

Na madrugada de sábado para domingo, Myllena estava em uma festa com as amigas. De acordo com a polícia, o suspeito mandou mensagens para ela durante o evento. 

Apesar da motivação do crime ainda ser desconhecida, o ciúme não é descartado pelos policiais. “Ele tentou manter contato com ela a noite inteira, falava coisas de ‘estou te vigiando’, aquele controle em cima da pessoa”, contou a delegada.

Na residência, onde Myllena foi encontrada morta, os policiais encontraram uma cápsula calibre 9 mm. A vítima foi atingida por um disparo na cabeça e a família não sabe o que pode ter motivado o crime.

Myllena era de Governador Valadares, em Minas Gerais, e veio para o Espírito Santo há cerca de um ano para procurar emprego. Desde a chegada ela se envolvia com o suspeito.

A mulher deixa uma filha de quatro anos. O sepultamento da vítima aconteceu na manhã da última terça-feira (12), em Minas Gerais.

Delegada faz alerta para as mulheres

A delegada alerta as jovens. “As jovens têm que se preocupar, quando veem já começam a se relacionar com cada gesto que aquele parceiro vai ter em relação a ela. É um controle de uma roupa, com quem ela vai conversar, da onde você vai, da onde você vem. Então, isso tudo já vai mostrando um indicativo que aquele homem, ele tem um machismo muito entranhado e muito forte”, disse.

“A partir do momento que ele começa a fazer esse tipo de violência, psicológica em relação à ela, depois ele vai partir, porque existem estudos que a violência vai gradualmente aumentando. Então, tudo ela pode ir percebendo e já tentar romper aquele relacionamento logo no início, porque depois, realmente vai chegar a forma mais grave que é o feminicídio”, contou a delegada.

Para a polícia, a contribuição da população por meio do disque denúncia é fundamental. “É de suma importância, foi o que deu norte pra gente conseguir depois ter elementos palpáveis para prendê-lo”, disse Rafaella.

*Com informações da repórter Gabriela Valdetaro, da TV Vitória/Record TV