O tenente coronel acusado de incitar greve da Polícia Militar (PM) no início do ano no Espírito Santo foi solto após quase sete meses preso.
No dia em que completava 200 dias preso, Carlos Alberto Foresti teve a liberdade concedida. O tenente coronel foi preso em fevereiro de 2017 durante a greve da PM, acusado de incitar a desobediência, a indisciplina e a prática de crime militar, além de fazer críticas contra a disciplina e a seus superiores, todos os crimes previstos no Código Penal Militar. Por conta de um tratamento médico, Foresti foi submetido à prisão domiciliar e vai aguardar o julgamento em liberdade.
Por telefone, o advogado de Foresti classificou a liberdade concedida ao militar como uma vitória. Ele disse que o militar ainda não poderá voltar a atuar porque está terminando um tratamento psicológico. Em outubro, ele será avaliado por uma junta médica para saber se estará apto a exercer o cargo novamente.
De acordo com a associação dos cabos e soldados do Espírito Santo, somente o capitão Assumpção e o policial Nero Walker Soares da Silva continuam detidos no Quartel do Comando Geral da Polícia Militar por incitar a greve da PM.
Rede social
Na época da prisão, antes de se apresentar à PM de Itaperuna, Foresti publicou um texto no Facebook, onde procurou esclarecer as circunstâncias de sua prisão. O militar informou que ainda estava tentando recuperar sua saúde e que havia passado a última noite na Unidade de Saúde de Raposo, também no Rio de Janeiro, “com problemas sérios de pressão baixa, desidratação, vômitos e diarreia”.
“Tenho endereço fixo onde foram esta manhã, mas eu estava tentando repousar em uma estância para recuperar minha saúde já debilitada e pelo visto não consegui”, publicou o militar.
A greve
Em agosto de 2017, a maior crise de segurança vivida pelos capixabas completou seis meses. A paralisação dos Policiais Militares tomou força no dia 4 de fevereiro, quando mulheres e familiares dos policiais bloquearam as entradas dos batalhões.
Veja a linha do tempo da greve e entenda como foi!
Segundo o Sindicato dos Policiais Civis do Estado, durante o movimento foram registradas mais de 140 mortes. O acordo para a liberação dos batalhões só aconteceu no final do mês, quando as mulheres assinaram um acordo.