Uma testemunha de defesa de Hermenegildo Palauro Filho, apontado pela polícia como um dos intermediadores do assassinato da médica Milena Gottardi, foi ouvida nesta sexta-feira (19), em Fundão, durante mais uma audiência sobre o caso.
O advogado David Marlon Oliveira Passos, responsável pela defesa de Hermenegildo, explicou que essa foi uma testemunha de conduta, ou seja, ela depôs sobre a conduta social do réu. Entre outras coisas, a testemunha falou sobre a vida familiar e profissional do acusado e não sobre os méritos do crime.
Para a defesa, o depoimento dessa testemunha demonstra que Hermenegildo não tem vida voltada para o crime. Na próxima semana, a defesa vai apresentar os memoriais finais e, a partir da daí, aguardar a decisão do juiz para saber se os réus vão ou não a júri popular.
O Ministério Público Estadual (MPES) quer que todos os réus sejam submetidos a julgamento pelo Tribunal do Júri. As alegações do MPES afirmam que o assassinato de Milena foi praticado por motivo torpe, com recurso surpresa, que dificultou a defesa da vítima, e que se trata também de um feminicídio. O Ministério Público diz ainda que existem indicativos de autoria, relativamente a todos os denunciados.
No documento relata ainda vínculo entre os investigados no dia do crime, com registros de ligações telefônicas feitas na ocasião. A Justiça agora vai analisar se acata ou não o pedido de pronúncia.
O crime
Milena Gottardi foi baleada no Hospital das Clínicas, em Vitória, no dia 14 de setembro do ano passado. Um dos tiros atingiu a cabeça dela. Ela chegou a ser internada, mas morreu no dia seguinte. Hilário Frasson, ex-marido da médica e o pai dele, Esperidião, são acusados de encomendar o crime.
Para cometerem o crime, Hilário e Esperidião teriam contado com a ajuda dos intermediários Hermenegildo Palauro Filho e Valcir Dias. Além dos intermediários, também teriam participado do assassinato o Dionathas Alves, apontado como executor do homicídio e, Bruno Rodrigues, que teria cedido a moto usada pelo executor no crime.