Um mês após a morte da vendedora Dayane Barbosa da Silva, de 22 anos, que morreu após cair de um ônibus do Sistema Transcol, em Vila Velha, a família da jovem continua esperando uma posição da Polícia Civil para saber o que fazer. O acidente aconteceu no dia 16 de junho, e o inquérito policial está sendo conduzido pela Delegacia de Delitos de Trânsito, sob o comando do delegado Alberto Roque Peres.
De acordo com a assessoria de comunicação da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), o caso continua sob investigação e o delegado já ouviu todas as testemunhas do acidente. Ele, no entanto, ainda aguarda a conclusão do laudo pericial para finalizar o inquérito, deve apontar se houve ou não culpados pela morte da vendedora.
O pai de Dayane, Gilvan Ferreira da Silva, diz que segue esperando uma resposta da Polícia Civil para o caso. Segundo ele, a família espera apenas o término das investigações para saber se vai entrar na Justiça contra possíveis culpados pela morte da jovem.
“Vou esperar até segunda-feira (20) para ver se a polícia me dá alguma posição. Se não falarem nada, vou tentar entrar em contato para saber quando vou ter uma resposta. Por enquanto, estamos aguardando para ver o que a polícia diz e só depois vamos tomar alguma decisão sobre o que fazer. Por enquanto, ainda não procuramos a Justiça”, disse.
Dayane Barbosa era da cidade mineira de Carlos Chagas, onde mora sua família, e morava em Vila Velha há cerca de três meses. A vendedora morreu depois de cair de um coletivo, no momento em que seguia do trabalho para casa, na Glória.
A jovem havia saído do shopping onde trabalhava, no bairro Boa Vista, no mesmo município, e pegou o ônibus da linha 507. Porém, em uma curva próximo ao Terminal de Vila Velha, ela acabou perdendo o equilíbrio e caiu, batendo a cabeça na porta do veículo, que se abriu. Dayane foi arremessada para fora do ônibus e morreu na hora.
O motorista do coletivo foi ouvido pela polícia e negou que estivesse em alta velocidade no momento do acidente. A empresa que opera a linha 507 informou, na época, que todos os ônibus do Sistema Transcol passam por manutenção preventiva periódica e corretiva imediata, quando necessário, além de vistoria feita pela Ceturb-GV, de caráter mensal.
Perfil
Segundo Gilvan, a filha sonhava em entrar na faculdade de medicina e, para juntar dinheiro, trabalhava como vendedora. “Na nossa região é tudo mais difícil, mais caro. E o sonho dela era esse. Batalhava 24 horas por ele, ficava a noite inteira estudando. A gente não queria que ela viesse, que ela saísse de perto da gente”, lembrou, um dia depois do acidente.
Dayane também sonhava em ser cantora e postou alguns vídeos na internet mostrando sua performance. Pelas fotos do perfil em uma rede social, ela mostrava ser uma jovem alegre, descontraída e sempre ligada na religião. Evangélica, também gostava da música gospel.
A notícia da morte da jovem de maneira inesperada chocou parentes e amigos da pequena cidade do interior. Em Carlos Chagas uma amiga de Dayane gravou um depoimento sobre ela. “Era uma menina muito risonha, muito especial. Uma pessoa que fazia seu show, cantava demais. Muito bonita, muito linda”, disse no vídeo.
O clima também foi de muita comoção entre os funcionários da loja onde a jovem trabalhava, que souberam da notícia assim que chegaram para o trabalho. Para todos que conheciam Dayane, restou agora apenas saudade.
“Até agora não acreditei. A gente sempre brinca muito em família, em casa, no fim de semana. Parece que ela ainda está com o mesmo semblante, sorrindo, brincando e conversando com a gente”, disse o pai da jovem.