Polícia

Vendedora ambulante é esfaqueada na perna por companheiro em Vila Velha

A vítima disse que a briga começou quando o companheiro tentou esconder as ligações que recebeu de uma outra mulher

Foto: Reprodução TV Vitória

Uma vendedora ambulante, de 34 anos, contou ter sido esfaqueada na perna pelo companheiro, de 46 anos, no bairro Ataíde, em Vila Velha. A vítima afirmou que o golpe provocou um corte profundo.

“Estou me sentindo… sabe? Humilhada. Tô me sentindo desamparada, tô me sentindo tudo nesse momento, vergonha, tudo”, desabafou.

Ela disse que a briga começou quando o companheiro tentou esconder as ligações que recebeu de uma outra mulher. Segundo a vítima, ele ligou para a vizinha e o filho dela retornou a ligação porque não tinha nome. 

Neste momento, o homem não atendeu mais. Porém, o filho da vizinha continuou insistindo. “Depois, o filho da vizinha começou a ligar, ligar e ligar, acho que eles saíram outras vezes, porque para estar ligando assim”, acredita a vendedora.

Segundo ela, o companheiro disse que não tinha nada com a vizinha. Mesmo assim, sem acreditar na história, ela pegou os dois filhos, de 3 e 22 anos, e foi para a casa da mãe, onde passou a tarde inteira após a briga.

Por volta das 19h desta segunda-feira (06), o homem pediu que ela retornasse para que pudessem conversar. A vendedora voltou para casa com a filha do casal. Ela disse que estava fazendo a menina dormir quando a briga recomeçou.

“Quando eu cheguei em casa, ele começou a falar de novo, me xingar de idiota, de otária, igual ele sempre faz. Eu peguei e falei assim: ‘se você quiser ficar com a mulher fica, só me deixa em paz, vai embora’, ele foi e falou que quem tinha que ir embora era eu: ‘cê quer ver você ir embora?'”, relatou a vítima.

O homem tentou pegar uma pistola de airsoft, que ficava em cima do guarda-roupa, mas como não encontrou pegou uma faca e atingiu a mulher na perna.

“Ele foi em cima do guarda-roupa para pegar uma pistola de airsoft. Ele não achou, pegou a faca e falou: ‘cê quer ver se eu não sento em você’, eu peguei e falei: ‘você não tá doido’. Ele foi e sentou ela com cabo e tudo na minha perna”, afirmou.

Mesmo ferida, a vítima pegou a filha no colo e saiu da residência. Ela pediu socorro na casa ao lado, onde mora o filho, de 22 anos. O companheiro foi atrás dela e, segundo a vendedora, começou a chutar a porta.

Durante a confusão, o filho, que tem deficiência intelectual, foi ameaçado de morte pelo homem. Um vizinho, que viu a cena, tentou protegê-los e usou uma foice para afugentar o agressor.

“O vizinho começou a discutir com ele falando: ‘para com isso’, e ele: ‘não se mete não, não se mete não’ e começou a brigar com o vizinho, falando que ia matar ele e o vizinho com uma foice falando que ia pegar ele. Por fim, o vizinho ligou para a polícia. Quando ele viu que estava falando mesmo com a polícia, ele pegou e saiu correndo”, contou a vendedora.

De acordo com a vítima, o companheiro fugiu e ela conseguiu solicitar uma corrida de aplicativo para um Pronto Atendimento (PA). Um outro vizinho buscou alguns pertences na residência da família para que mãe e filha pudessem ir.

“Entrei no Uber, que eu já tinha chamado, e fui embora pro PA. Chegando lá no PA, eles chamaram a polícia lá, os médicos de lá”, disse.

Após o atendimento médico, a vendedora registrou um boletim de ocorrência pela segunda vez no Plantão Especializado da Mulher. Ela contou que a primeira vez foi em maio de 2021. No entanto, ela acreditou que o companheiro poderia mudar e voltou para ele.

“Eu já tinha prestado queixa em maio do ano passado. Ele falou que ia mudar, que não ia fazer isso, que foi porque ele tinha usado drogas, que ele tava de cabeça quente. Eu peguei e achei que ele ia mudar. Só que da outra vez, ele me bateu com a panela. Dessa vez, ele enfiou a faca, eu não vou esperar ele sentar a faca no meu pescoço, no meu peito ou outro lugar do meu corpo que me mate, para eu nunca mais ver minha filha”, desabafou.

A mulher disse que deseja colocar um ponto final no relacionamento de 5 anos, retirou os dois filhos de casa e quer recomeçar. 

Ela contou que tem medo do que o companheiro possa fazer, já que não foi localizado pela polícia.

“Eu tô com medo porque eu quero voltar para pegar as minhas coisas, mas eu não sei se volto porque como eu vou pegar minhas coisas pra poder alugar uma casa, arrumar um canto pra ficar, correndo o risco de chegar lá e ele fazer alguma coisa”, disse.

“Ele tá ligando o tempo todo falando pra eu voltar: ‘pode ficar na casa lá, eu tô aqui, vou ficar na casa da minha mãe, não quero confusão com você não’, mas eu não sei, se eu der as costas e ele me pegar pelas costas, entendeu, na covardia”, complementou.

*Com informações da repórter Fernanda Batista, da TV Vitória/Record TV