Um entregador foi baleado por um policial militar, após se recusar a subir em apartamento para entregar pedido. Nilton Ramon de Oliveira, de 24 anos, foi baleado na coxa e está em estado grave no hospital.
O caso aconteceu durante a noite da última segunda feira(4), na Vila Valqueire, na zona oeste do Rio de Janeiro. O autor do disparo, o cabo Roy Martins Cavalcanti, se apresentou na 32ª Delegacia de Polícia (Taquara), prestou depoimento e foi liberado.
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O policial militar havia feito um pedido em uma lanchonete, e Nilton foi atender de bicicleta. No portão do endereço, uma rua gradeada, o PM exigiu que o entregador levasse o lanche até a casa.
O entregador explicou que não era obrigado a subir até o apartamento do PM, e os dois começaram a discutir por mensagens no aplicativo. Após a discussão, Nilton acionou protocolo de devolução na plataforma e voltou para a loja.
O PM então, começou a seguir Nilton até chegar numa praça, onde os dois iniciaram uma discussão, e o entregador começou a gravar o episódio.
Nas imagens, o entregador aparece discutindo com o PM, que pergunta se ele estava armado:
“Tá metendo a mão na cintura por quê??”, perguntou o PM. “Tô armado não, filho. Sou trabalhador, filho”, respondeu Nilton. A arma do PM aparece na gravação. “Tô sendo ameaçado aqui, ó!”, narrou o entregador. “Ameaçado é o c*! Seja educado!”, gritou Roy.
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Veja o vídeo:
A discussão entre eles continua, e outros motoboys que estavam no local tentam apartar a briga. O também entregador Yuri Oliveira disse que tentou, com outros colegas, apartar a briga:
“Mas a confusão se estendeu, o policial sacou a arma em direção a ele [Nilton] e acabou atirando nele”, declarou. O momento do disparo não foi registrado no vídeo.
Depois do episódio, amigos de profissão protestaram em frente ao condomínio onde a briga começou. O entregador foi socorrido pelo Samu.
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O Hospital Salgado Filho, onde Nilton Ramon de Oliveira está internado, confirmou a informação de que o entregador se encontra em estado grave. Ele passou por uma cirurgia na madrugada desta terça-feira (5).
O que diz a PM
A prévia de ocorrência da 2ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar está registrada como “lesão corporal por perfuração de arma de fogo, em legítima defesa”.
No documento, o PM contou que chegou do serviço por volta das 19h40 e encontrou a esposa nervosa, “pois havia sido destratada pelo entregador do iFood, que se negou a entregar o lanche”.
Ainda a pedido da mulher, Roy foi até a Praça Saiqui para reaver a entrega. O PM afirma que “a todo momento era ofendido por Nilton, que incitava outros entregadores. Roy, para resguardar sua segurança, diante da atitude agressiva de Nilton, sacou sua arma e verificou se Nilton estaria com algum armamento”, prossegue o registro.
“Nilton incitou os demais entregadores, que começaram a se inflamar contra Roy. O policial, já com a arma em porte velado, conversou com demais entregadores e explicou sobre a atitude desrespeitosa e agressiva do entregador. A mulher de Roy ligou para o 190 e pediu reforço. O cabo pediu que Nilton esperasse a chegada dos policiais, mas o entregador se negou”.
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De acordo com a ocorrência, o entregador tentou pegar a arma do policial militar, que, para preservar sua vida, efetuou um disparo na perna esquerda de Nilton. Ainda no registro, o PM afirma que prestou os primeiros socorros para o entregador.
O cabo foi ouvido pela Polícia Civil e liberado. A arma chegou a ser acautelada, mas acabou devolvida.
*Com informações do Portal R7