O homem acusado de matar um operador de máquinas em 2017, durante a greve da Polícia Militar, foi preso no Rio de Janeiro. Na época, o crime aconteceu no bairro Feu Rosa, na Serra, e chocou por tamanha frieza por parte do acusado. A esposa e a filha da vítima presenciaram toda a cena.
O acusado, Lucas Azevedo Carvalho, de 24 anos foi conduzido na última segunda-feira (19) por policiais civis para Delegacia de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. O delegado que cuida do caso desde o início, Rodrigo Sandi Mori, contou que tudo aconteceu no dia 19 de fevereiro de 2017.
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Segundo o delegado, Lucas abordou a vítima em um ponto de ônibus do bairro Feu Rosa, perguntou o nome da vítima duas vezes, em seguida pediu para que a filha de 11 anos e a esposa do operador de máquinas se afastassem e deu um tiro no peito do homem.
A vítima era Edson Coelho de Oliveira, de 33 anos, e de acordo com o delegado, o trabalhador não tinha envolvimento com o tráfico de drogas. Para a polícia, a vítima foi confundida com um traficante de um grupo rival. Antes de ser morto na frente da filha e da esposa, Edson teria implorado a Lucas que não atirasse.
Buscas pelo suspeito
Desde a trágica ocorrência, a Polícia Civil deu início à caça ao responsável pela morte de Edson. Em 2019 foi descoberto que o suspeito estava em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, e a partir daí, iniciou o trabalho de busca até a prisão de Lucas Azevedo.
“Logo após a conclusão do inquérito, nós empreendemos diligências no sentido de prender esse indivíduo no bairro Feu Rosa, porém, após o crime, após saber que estava sendo procurado pela DHPP Serra, ele fugiu para o Rio de Janeiro”, contou o delegado.
Após um trabalho de investigação envolvendo as polícias civis do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, Lucas foi encontrado na casa de um amigo.
Carreira no tráfico
As investigações apontaram que, antes de fugir para o Rio de Janeiro, Lucas atuava como um dos gerentes do tráfico de drogas no bairro Feu Rosa.
Agora detido, ele vai responder pelo crime de homicídio qualificado por motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima.
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Segundo informações da polícia, durante a greve da PM, em 2017, ocorreram 51 assassinatos só no município da Serra. De acordo com o delegado, 60% desses crimes foram resolvidos. Ele pede para que as famílias das vítimas assassinadas no período entrem em contato com a polícia.
“Mesmo em razão da dificuldade de elucidação desses homicídios que ocorreram nesse período, em razão da ausência de pessoas na rua, nós não medimos esforços em elucidar esses crimes, buscar justiça e entregar esses inquéritos com os autores presos”.
* Com informações da repórter Milena Martins, da TV Vitória/RecordTV