Cleilton Santana dos Santos, suspeito de assassinar a ex-namorada, a enfermeira Íris Rocha, grávida de 8 meses, prestou depoimento na noite desta quinta-feira (17) e logo depois recebeu atendimento médico para encaminhamento ao Centro de Triagem de Viana (CTV). Ele negou ter cometido o crime.
O suspeito foi preso na tarde desta quinta-feira, quando estava acompanhado de seu advogado de defesa, Rafael Almeida. Ele deveria ter se entregado à polícia às 10h, o que não aconteceu, momento em que buscas foram iniciadas.
O advogado compareceu à Chefatura de Polícia e relatou que havia combinado que o cliente se entregaria às 14h.
Cleilton negou qualquer tipo de participação no crime. No depoimento, o suspeito afirmou novamente não ser culpado.
As investigações apontam que Cleiton esteve no local do crime e, de acordo com o delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda, a confissão do suspeito é até irrelevante diante das provas.
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“Nós temos provas técnicas e científicas de que ele estava na cena do crime. São provas que nós trabalhamos através de ferramentas de tecnologia de inteligência que adquirimos, que deixa claro que ele estava na cena do crime”, disse.
Apesar disso, o suspeito afirma que não visita a cidade de Alfredo Chaves há 3 anos e que manteve um relacionamento com a vítima por cerca de 5 meses, de abril a setembro do ano passado.
Suspeito nega agressões
Em 5 de outubro de 2023, Íris realizou um boletim de ocorrência em que denunciava o então namorado por agressão e afirmava que o suspeito havia lhe dado um mata-leão, que causou um desmaio.
O suspeito disse estar ciente do boletim realizado pela vítima, mas afirmou que nunca a agrediu. Disse ainda que terminou o relacionamento pelo fato de Íris ser “destemperada” e que a denúncia era uma forma que a vítima teria encontrado de reatar a relação.
O carro de Cleilton foi apreendido pela polícia na tarde da última quarta-feira (17) e, de acordo com a delegada responsável pela investigação do crime, Maria da Glória Pessotti, o veículo teria sido lavado.
“Temos provas de que o carro dele estava no local. Ele fez a lavagem no veículo, o veículo foi apreendido ontem pela Polícia Civil e vamos fazer a perícia agora para ver se tem algum resquício de sangue dela ou alguma outra coisa que possa vir a provar os fatos”, disse.
De acordo com a delegada, quando foi encontrado, o corpo de Íris ainda não apresentava rigidez cadavérica, o que indica que o crime havia ocorrido há pouco tempo, provavelmente na noite anterior ou durante a manhã.
Ainda de acordo com a delegada, a vítima vivia um relacionamento extremamente abusivo com o suspeito, e que ele vigiava cada passo da enfermeira, chegando até a esperá-la do lado de fora de seu local de trabalho.
O suspeito responderá pelos crimes de feminicídio, ocultação de cadáver e aborto, por conta da morte da bebê que Íris trazia no ventre.
Assista ao vídeo da chegada do suspeito para prestar depoimento:
*Com informações do repórter Roger Nunes, da TV Vitória/Record
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