Cleiton Santana dos Santos, de 27 anos, principal suspeito de ter assassinado a ex-namorada, a enfermeira Íris Rocha, encontrada morta em Alfredo Chaves, região Sul do Espírito Santo, teria ficado apenas dois meses no Exército. A informação foi repassada por um amigo.
De acordo com um amigo da época da tropa, em entrevista à TV Vitória/Record, ele teria começado a andar fardado e armado nas ruas, se passando, dessa forma, por militar.
“Ele chegou realmente a entrar no quartel no ano de 2015, mas teve um problema de saúde lá e teve que sair. Ficou uns dois meses só, mas não serviu, não. Desde então ele começou a se passar por militar, fingindo que tinha servido, querendo se entrosar com o pessoal. Andava fadado”, narra.
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Em um vídeo divulgado pelo amigo, é possível perceber Cleilton andando pelo local com um colega. Cleiton aparece com uma roupa camuflada estilo militar.
Veja as imagens:
Além disso, segundo o amigo, Cleilton teria sido expulso do Exército após ameaçar um militar.
“Até o dia que ele resolveu ameaçar, falou que ia passar por cima dele com um carro e moto. E ele acabou expulso, foi buscar um certificado e foi expulso por um cabo que estava na guarnição e identificou ele”, narra o amigo.
Na realidade, o suspeito de assassinato trabalhava como vigilante de supermercado e, nas horas vagas, era motorista de aplicativo. Segundo amigos, ele também fazia rondas pelo bairro onde morava e andava armado.
Suspeito se passava por policial militar
Cleilton Santana dos Santos se apresentava como policial militar. Essa era a informação que ela passou para os amigos e familiares. Chegou a destacar inclusive que ele tinha uma arma de fogo.
No entanto, a Polícia Militar informou, em nota encaminhada à reportagem do Folha Vitória, que Cleilton Santana não faz parte do quadro de militares ativos ou inativos da corporação. Na verdade, segundo a PM, ele tentou entrar na corporação, mas ficou reprovado.
“Verificou-se que ele realizou a inscrição para o concurso para o cargo de Soldado Combatente da Polícia Militar do Estado do Espírito Santo em 2022, assim como mais de outros 29 mil candidatos, porém não obteve a nota mínima exigida na prova objetiva (1ª etapa), sendo eliminado do certame”, diz a nota da PM.
O que diz o suspeito e a defesa?
Em depoimento prestado no mesmo dia em que foi preso, Cleilton falou à Polícia Civil sobre seu tempo nas Forças Armadas e alegou que ingressou no Exército no dia 4 de maio de 2015 e serviu até o dia 28 de fevereiro de 2017, por isso é reconhecido como “soldado Santana”.
Ele argumentou também à polícia que nunca falou para a vítima que era policial militar, mas afirmou que possuía o sonho de ser.
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A defesa do investigado Cleilton esclareceu, por meio de uma nota que a investigação está em fase inicial, pendente de perícias e oitivas de testemunhas. “Portanto, nesse momento, qualquer dedução sobre a autoria do crime é precipitada”
“Esclarece ainda, que o investigado está colaborando com a investigação, fornecendo as chaves do veículo, senha do cofre e se colocando à disposição para coleta de material biológico.
Sendo assim, aguardamos a conclusão do inquérito para maiores esclarecimentos”.
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