Após ser atingida por uma uma bala perdida, durante um tiroteio em Nova Rosa da Penha, Cariacica, Alessandra tem vivido dias difíceis. A vítima do disparo ficou 28 dias internada em um hospital onde passou por exames e cirurgias.
Ela foi baleada no joelho quando passava pela rua a caminho da casa de uma amiga que também mora no bairro.
“Eu estava vindo do trabalho e caminhava para a casa da minha amiga para pagar um feijão tropeiro que eu comprei para ajudar a igreja. Eu subi um morro que dava na frente da casa dela, mas eu não sabia que aquele lugar era onde estavam vindo para fazer ataque. Quando eu saí na esquina do morro eu já me deparei com as armas”, contou.
Agora, um mês após o ocorrido, a auxiliar de serviços gerais Alessandra Aparecida Vieira Moreira, de 46 anos, depende de uma cadeira de rodas para se locomover.
A última previsão que ela recebeu dizia que, depois de colocar uma platina no osso da perna, ela poderia voltar andar, mas somente em meados do ano que vem, pois a bala ficou alojada na perna de Alessandra.
“Não tem coisa pior do que você ter uma fratura exposta, ter que colocar um fixador externo, ter que parar sua vida e ficar dependente de tudo, para tomar banho, ir no banheiro, fazer suas necessidades”, disse.
Família da vítima é o retrato fiel de uma vida simples na comunidade
A zeladora mora com três filhos e com um neto. Antes do que aconteceu, era ela a responsável pelo sustento da casa.
“Meu filho de 18 anos, que estava começando a trabalhar, teve que largar o serviço para tomar conta de mim. Uma filha minha é babá e não podia deixar a patroa dela na mão, a outra tem um filho para criar”, contou.
Nem mesmo o trauma de ver a morte de perto foi o suficiente para resolver mudar do local onde mora. A casa em que vive há 30 anos é a única que tem.
“Eu era uma mãe provedora e que tomava conta dos meus filhos. Esses tiroteios estão colocando a vida de todo mundo em risco. Isso aí tem que parar”, lamentou a auxiliar.
Por causa das limitações provocados pelo tiro, Alessandra está sem trabalhar e precisa de doações, principalmente de medicamentos e cestas básicas.
A polícia civil informou que o caso segue sob investigação e que até o momento, nenhum suspeito foi detido.
* Com informações da repórter Nathalia Munhão, da TV Vitória/Record TV