Política

80% da bancada capixaba na Câmara é a favor do impeachment

Oito, do total de dez deputados federais da bancada capixaba na Câmara, pretendem votar de forma favorável ao processo de impeachment da presidente Dilma

80% da bancada capixaba na Câmara é a favor do impeachment
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Aproximadamente 40 deputados federais, do total de 513, ainda não decidiram se votarão a favor ou contra o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), que deve ser finalizado no fim da tarde do próximo domingo (17). No Espírito Santo, porém, não há indecisos. Oito deputados da bancada capixaba na Câmara, do total de dez, são favoráveis ao afastamento de Dilma Rousseff.

Apesar da previsão de terminar somente no domingo, a votação deve ter início nessa sexta-feira (15), segundo expectativa da Câmara. O processo segue após a comissão especial do impeachment decidir nessa segunda-feira (11) que daria parecer favorável ao afastamento da presidente. Dos 65 parlamentares membros da comissão, 38 votaram pelo parecer favorável e 27 votaram contra.

 

Confira como votarão os deputados federais do Espírito Santo no processo de impeachment*:

Ag. Câmara

Carlos Manato (SD) – SIM 

“Entre os motivos técnicos do meu voto favorável ao impeachment temos as pedaladas fiscais e decreto sem aprovação do Congresso. Dilma ainda cometeu crime de responsabilidade fiscal, tanto que o TCU não aprovou suas contas. Já no lado da moral tivemos diversos fatores, como a compra da refinaria de Pasadena, nomeação de Cerveró, grande operador de fraudes da Petrobras, e o estelionato eleitoral da campanha de 2014, em que foram feitas falsas promessas de que não se aumentaria gasolina, luz e impostos, além dos casos de roubalheira na Petrobras.

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Evair de Melo (PV) – SIM

“Estou convencido do crime de responsabilidade fiscal. Tem ainda sérios agravantes porque foi um crime premeditado, que trouxe sequelas à população. Como está caracterizado que a responsabilidade é dela, quero a condenação da presidente para que tudo isso acabe logo e o Brasil possa recomeçar”.

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Givaldo Vieira (PT) – NÃO

“O processo de impeachment foi iniciado como vingança do réu Eduardo Cunha contra a presidente, por não ter apoiado ele no processo de cassação do seu mandato. Um processo que não tem fundamento jurídico porque não há crime. Neste sentido é um golpe à democracia, rasga a constituição. Além disso temos um consórcio golpista que se associou com o único motivo de tomar o poder liderado por Temer, o grande traidor, Cunha, o manobrista, Aécio Neves, citado na Lava Jato e que lidera a oposição golpista, e integrantes do capital liderados pela Fiesp [Federação das Indústrias do Estado de São Paulo], cujos interesses são a retirada de direitos dos trabalhadores. Esse consórcio não tem legitimidade para governar o país. Além disso, politicamente o afastamento da presidente colocaria como presidente o Temer, que aparece com apenas 2% de preferência ao mesmo tempo em que 58% das pessoas querem seu impeachment. É uma pessoa que não tem condições de governar o Brasil. Ele jogaria o país numa imensa crise institucional com seus comportamentos”.

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Helder Salomão (PT) – NÃO

“Não há base jurídica, não há crime de responsabilidade e não há provas que possam fundamentar um pedido de afastamento da presidente. O impeachment é um processo legal, constitucional, desde que seja fundamentado. O que está em curso é um golpe parlamentar. A oposição, insatisfeita com o resultado das eleições, se articula com Eduardo Cunha e agora mais claramente com Temer para afastar a presidente. Pedalada não é crime de responsabilidade, não é fundamento para o impeachment. Tanto que os presidentes Itamar, Lula e Fernando Henrique Cardoso praticaram pedaladas. Governadores e prefeitos fazem a mesma coisa. O entendimento do TCU era diferente. Alertados os ex presidentes foram, mas isso mudou agora porque a presidente está com baixa popularidade, o que não é motivo para impeachment. Baixa popularidade se resolve em 2018. O que há hoje é uma mera luta política. Se houvesse prova de corrupção contra a presidente eu seria o primeiro a ser favorável ao seu afastamento”.

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Jorge Silva (PROS) – SIM

“Entendo que as pedaladas fiscais, que chegaram a vários bilhões de reais, foram uma conduta da presidente que teve impacto importante no orçamento da União levando ao desequilíbrio do mesmo. A edição de decretos, sem autorização do legislativo, é a segunda infração, que caracterizam, na minha visão crime de responsabilidade. Isso tudo somado à arrogância, à falta de diálogo com a classe política, empresarial e com o próprio partido, levou o país ao caos econômico do desemprego, descontrole da inflação levando a essa situação caótica q se encontra no pais. mas gostaria de ter nova eleição respaldado pelo voto”.

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Lelo Coimbra (PMDB) – SIM

“Do ponto de vista da responsabilidade jurídica, a presidente cometeu uma fraude fiscal que resultou no mascaramento de informação para a sociedade, em emissão de decreto sem passar pelo Legislativo, e o que ocorreu desse ato de fraude fiscal foi um grande buraco no orçamento. Todo esse resultado desorganizou a economia e estamos há dois anos só arrastando correntes. Ao longo desses últimos 6 meses, o governo não anda. Está parado, perdeu a capacidade de se articular politicamente, tomar decisões e não tem condições de ir adiante. Calçado nesses fatos a minha posição é pelo afastamento da presidente e essa posição deverá ser seguida por pelo menos 63 dos 67 deputados federais do PMDB”.

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Marcus Vicente (PP) – SIM

“Vou votar sim. Vivemos uma crise política, econômica e social, mas  a maior crise que vivemos é a ética, moral e a crise fiscal.
 Por esta crise moral e ética  e fiscal, voto sim”.

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Max Filho (PSDB) – SIM

“Vou votar favorável ao impeachment primeiro pelas péssimas condições de governabilidade da presidente Dilma. E é preciso estancar a crise que tem levado a uma depressão não só a economia, mas todo o povo brasileiro. Com Dilma não dá, com Temer há uma esperança”.

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Sergio Vidigal (PDT) – SIM

“Eu vou votar a favor. Acredito que houve realmente ilegalidades na questão da utilização de recursos públicos para pagar contas do governo. Esse cenário de corrupção, e irregularidades, também é um fator que me faz votar [favorável], assim como a inércia da economia por essa questão política. o país tem que voltar a crescer, pois gerar emprego é fundamental”. 

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Paulo Foletto (PSB) – SIM

“Além do crime que levou ao pedido de aceite do impeachment, que é a pedalada fiscal, tem uma coisa muito pior do que isso. Uma campanha sustentada por parcerias inescrupulosas, por roubo, deu dinheiro do BNDES só para amigos e isso tudo está provado pela Lava Jato. Quem está dando golpe na gente é ela, golpe de mobilização. Ela está acabando com nossa capacidade de lutar pela nação. Isso por si só me basta para saber que o movimento do impeachment é um movimento válido. Ela saindo vai ter um novo governo. Sei que Temer não é gente boa, mas é necessário que haja um governo de coalizão para recuperar a economia do país”.

Dilma aparenta tranquilidade com possível derrota

A presidente Dilma, um dia após dizer no Palácio do Planalto que a máscara dos golpistas caiu com o vazamento do áudio de Michel Temer (PMDB), pareceu tranquila em um encontro com jornalistas na tarde desta quarta-feira (13).

Mesmo com a possibilidade de ser derrotada na Câmara dos Deputados e de ter perdido o apoio de PP e PRB nessa terça (12), a mandatária apresentou bom humor e confiança na vitória do governo. Dilma descartou renunciar, como fez Collor em 1992, mas não descartou recorrer ao Superior Tribunal Federal (STF) em caso de derrota na votação do processo de impeachment na Câmara.

A presidente afirmou ainda que, em caso de vitória, irá propor um plano de pacto nacional com todas as forças políticas, inclusive com a oposição. Entretanto, quando questionada se participaria desse pacto em caso de derrota, se limitou a dizer que será carta fora do baralho.

(*): os deputados tiveram autonomia para citar quantos pontos achavam necessários para justificar o voto favorável ou contrário ao impeachment.