Além da atual crise, a economia brasileira poderá sofrer novos impactos durante as etapas de abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Isso é o que destaca o secretário de Comunicação da ONG Transparência Capixaba, Edmar Camata.
“A economia está totalmente refém dessas situações que não estão sendo decididas. E quando são decididas, como estamos vendo a decisão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, o estopim acaba sendo um interesse pessoal. Como não foi ajudado pelo PT, resolveu iniciar um processo contra o partido. Talvez quem mais tenha lucrado seja o agente político corrupto, a grande empresa que financiou esse político, mas não a sociedade”, afirmou Camata.
De acordo com o secretário, durante o processo a presidente pode ser afastada. “A partir do momento em que o Senado debelar esse processo, no prazo de 180 dias, a presidente fica afastada das funções. Por isso, pode haver uma pressa por esse julgamento. É hora do cidadão rever porque ele não está participando da política, porque ele não está forçando os atores políticos a tomarem as melhores decisões”, destacou.
Comissão especial
Os partidos na Câmara começam a se articular para escolher os nomes que vão compor a comissão especial, responsável por analisar o processo de impeachment. Enquanto a base aliada do governo se reúne com o ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, no Palácio do Planalto, legendas da oposição marcaram um encontro alguns minutos antes da reunião de líderes com Cunha.
Após o anúncio de Cunha, Dilma fez um pronunciamento rápido em que disse ter recebido a notícia com indignação. Segundo a presidenta, as acusações contra ela são “inconsequentes e inconsistentes”, motivadas por ataques pessoais. “Não paira contra mim nenhuma suspeita de desvio de dinheiro público. Não possuo conta no exterior. Nunca coagi e nem tentei coagir instituições em busca de satisfazer os meus interesses”, afirmou.