Os eleitores de Vila Velha puderam acompanhar a análise da terceira pesquisa eleitoral Rede Vitória/Futura, no programa Eleições 2020, no Folha Vitória. O programa foi ao ar nesta sexta-feira (13).
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No levantamento que considera os votos válidos, ou seja, descontados não sabe, não respondeu, indecisos, brancos e nulos, o prefeito Max Filho (PSDB) aparece com 29,3% das intenções de voto. Arnaldinho Borgo (Podemos) tem 25,6%, e Neucimar Fraga (PSD) aparece com 24,9%. Os três candidatos estão tecnicamente empatados.
“O Arnaldinho se aproveitou do processo de campanha e conseguiu crescer. Eu o considero numa situação melhor do que a dos outros porque enquanto ele segue crescendo, os opositores se mantiveram estáveis. O Neucimar está com problema de campanha, ele tá com covid e não pode ir para a rua. Ele tem muito voto na periferia da cidade que é um voto que precisa de presença, por isso, o maior prejudicado, neste momento, é o Neucimar. O Arnaldinho então ocupou esse espaço e cresceu”, analisa o sócio-diretor da Futura, José Luiz Orrico.
Para a comentarista de política, Gabriela Cuzzuol, o fato de candidatos não poderem fazer o chamado “corpo a corpo” por imposição da pandemia do coronavírus, prejudicou as campanhas.
“O Max Filho também teve covid. O Neucimar está com covid. Os pleitos municipais são impactados pelos candidatos nas ruas, porque é uma eleição da proximidade, do contato, do voto na figura conhecida e das pautas da cidade. Penso que o candidato Arnaldinho Borgo tenha sido favorecido por dois fatores: primeiro porque os candidatos prioritários se afastaram das ruas, e segundo as campanhas de Neucimar e Max se preocuparam em um apontar os erros um do outro. O Arnaldinho não foi um nome endereçado nessas campanhas. A consequência é o crescimento dele”, afirma.
Para o mestre em sociologia política, Hudson Siqueira, parte do eleitorado de Vila Velha está apostando no candidato Arnaldinho Borgo como uma terceira via.
“Ao que me parece a cidade conversou e debateu sobre as duas candidaturas e uma parte do eleitorado resolveu caminhar para uma terceira via. O candidato Arnaldinho cresce não apenas buscando o voto dos indecisos, mas uma parte da população enxerga uma possibilidade em Arnaldinho”, argumenta.
Para Orrico, a disputa em Vila Velha está aberta. “Será voto a voto. Se o Neucimar não for para a rua, ele terá bastante dificuldade em chegar ao segundo turno. Historicamente, o candidato que cresce em 15 dias com a velocidade que o Arnaldinho cresceu, muito dificilmente ele é freado faltando dois dias para a eleição. Na minha visão, é muito provável que o Arnaldinho esteja no segundo turno”, prevê.
Para Gabriela, o crescimento de Arnaldinho também passa por uma estratégia de comunicação. “Me parece que a campanha encontrou uma estratégia para se comunicar com o eleitor. Arnaldinho Borgo não é uma figura nova na política, é um vereador em segundo mandato e já foi secretário municipal na gestão Rodney Miranda, mas ele se apresenta como um candidato da renovação”, completa.
Para Siqueira, o último dia de campanha deverá ser disputado. “Hoje será algo surreal em Vila Velha do ponto de vista das ruas e das redes sociais. A eleição está completamente aberta e esse movimento de ultrapassagem se mostra presente assim como em outros pleitos no município”, chancela.
Rejeição
Quando perguntados sobre em quem não votariam em nenhuma hipótese, 38,2% dos eleitores de Vila Velha responderam o nome do prefeito Max Filho (PSDB). Na sequência aparece o ex-prefeito, Neucimar Fraga (PSD), com 30,3%. Coronel Wagner (PL) tem 7,3% e Arnaldinho Borgo (Pode) fica com 6,7%.
“A baixa rejeição mostra o potencial do candidato Arnaldinho. Nos últimos 15 dias ele conseguiu não só aumentar a intenção de voto como reduziu a rejeição. O atual prefeito tem um nível de rejeição próxima do que considero impeditivo para se eleger. De três candidatos que são competitivos, um tem uma rejeição bem menor o que lhe dá vantagem”, afirma José Luiz Orrico.
Para Siqueira, a rejeição impacta mais os candidatos mais conhecidos. “O fenômeno da rejeição está focado no embate político entre dois personagens que já têm uma história consolidada no município”, conta.
Gabriela Cuzzuol também comentou os números de rejeição. “O eleitor começa a analisar a possibilidade do voto útil. Max Filho e Neucimar Fraga são oponentes históricos. Dificilmente um eleitor do Max vai votar em Neucimar e vice-versa. O terceiro candidato captou votos dos insatisfeitos tanto com um como do outro e também do vácuo social deixado por eles por motivo de saúde. A medida que o eleitor entende que há três candidatos mais consistentes na disputa, eles começam a repensar as intenções de voto”, finaliza.