Os eleitores de Linhares, no Norte do Espírito Santo, puderam conferir a análise da última pesquisa eleitoral Rede Vitória/Futura para a disputa na prefeitura. O programa Eleições 2020, no Folha Vitória, recebeu convidados que analisaram a intenção de voto do eleitor linharense. Assista ao programa na íntegra.
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No levantamento divulgado nesta quarta-feira (11), quando se considera apenas os votos válidos, o prefeito Guerino Zanon (MDB) tem 60% das intenções de voto. O adversário mais próximo é Lucas Scaramussa (DC) que aparece com 15%. Eliana Dadalto (Podemos) aparece na terceira colocação com 12,1%.
“O prefeito de Linhares vai para o quinto mandato, já foi presidente da Assembleia, deputado… ou seja, é um político tradicional. Nós vamos ver uma eleição muito diferente do que a de 2018, não só pela pandemia, mas me parece ser uma eleição dos políticos tradicionais que já estão na área há muito tempo. Não há uma jovem liderança despontando no interior”, afirma o sócio-diretor da Futura, José Luiz Orrico.
A comentarista de política Gabriela Cuzzuol, também destaca a história de Zanon na política.
“Se trata de uma liderança política muito tradicional na cidade, com décadas de vida pública. Isso faz com que a pessoa seja muito conhecida. As oposições precisam se posicionar com mais antecedência, com dois anos antes da eleição para poder fazer frente nas campanhas”, afirma.
Os números de Linhares apontam para uma tendência também registrada em outros municípios do Espírito Santo: a do conservadorismo. A maioria dos eleitores não está apostando em candidatos novos sem projeção política.
“Em 2018, aquele sentimento de renovação não se apresenta em 2020. Há um componente sobre a preocupação do eleitor nas diferentes esferas de poder. Na eleição municipal, o eleitor busca alguém prático, que resolva os problemas da rua, da escola… Na eleição estadual, a visão do eleitor é a busca por um candidato que possa ser empreendedor e pense nas questões econômicas. E na esfera federal o posicionamento do eleitor é mais ideológico”, analisa o mestre em sociologia política, Hudson Siqueira.
Para Orrico, Guerino também é beneficiado por uma gestão anterior avaliada negativamente. “Guerino também foi beneficiado pela má gestão do ex-prefeito Nozinho. Na medida em que se compara a gestão de Guerino com de Nozinho, o linharense tem medo de voltar à gestão anterior. Os indicadores da atual gestão é positiva o que faz com o que o eleitor não troque neste momento”, José.
A dependência da população a medidas assistencialistas em plena pandemia, para os analistas, é um fator que também favorece o atual prefeito.
“Nesse momento de pandemia a população percebe a presença do estado muito próxima e as pessoas já entenderam que vão precisar contar com certos auxílios por pelo menos até o ano que vem. Isso configura um comportamento mais conservador do eleitor neste momento”, argumenta Gabriela.
Rejeição
Quando é analisada a rejeição aos concorrentes, a pergunta aos eleitores foi: “E em qual desses você não votaria em nenhuma hipótese?”. Eliana Dadalto (Podemos) aparece em primeiro com 17,8% de rejeição. Em seguida vem Guerino Zanon (MDB) com 16,8% e Professor Antonio de Freitas (PT) tem 16,3%.
“Todos os outros candidatos cresceram pontualmente mais na rejeição do que o prefeito. Ou seja, os oponentes de Guerino foram rejeitados pelo eleitor assim que tomaram conhecimento das campanhas”, comenta o sócio-diretor da Futura, José Luiz Orrico.
Gabriela Cuzzuol também analisou os números de rejeição. “Destaco que as campanhas em Linhares são muito consistentes o que mostra o nível de profissionalização das campanhas em Linhares. A eleição vai muito no viés do tradicionalismo”, completa.