Política

Analista político capixaba vê retrocesso em Reforma Política na Câmara

Pignaton acredita que o fim da reeleição para os cargos do Executivo poderá afastar ainda mais o eleitor da política. A justificativa seria a distância entre uma eleição e outra

Analista político capixaba vê retrocesso em Reforma Política na Câmara
Cientista político capixaba vê retrocesso na votação da Reforma Política na Câmara Foto: Divulgação

O cientista político Fernando Pignaton fez uma análise nada animadora da Reforma Política que está sendo votada na Câmara dos Deputados e que aprovou na última quarta-feira (27), por exemplo, o fim da reeleição para prefeitos, governadores e presidente da República.

Na opinião de Pignaton, o fim da reeleição para os cargos de prefeito, governador e presidente da República poderá afastar ainda mais o eleitor da política. A justificativa seria a distância entre uma eleição e outra, já que o intervalo entre as eleições poderá ser de cinco anos.

Embora Fernando Pignaton veja pontos negativos na ausência da reeleição, ele acredita que os gestores passarão a se importar mais com sua própria administração em vez de ficar preocupado com as eleições.

Segundo o analista político, a unificação das eleições para todos os cargos e com intervalo de cinco anos diverge das vozes nas ruas. Ele justifica sua análise com as reivindicações das ruas durante as manifestações de 2013. Ele explica que a população quer mais participação, o que a distância entre as eleições poderiam impedir.

A bancada federal na Câmara votou unanimemente pelo fim da reeleição. Entretanto, a convergência de opiniões acabou quando o assunto foi o financiamento privado de campanha com a doação de empresas para os partidos.

Votaram pelo fim desse tipo de doação os deputados Evair de Melo (PV), Givaldo Vieira (PT), Helder Salomão (PT), Jorge Silva (Pros), Max Filho (PSDB), Paulo Foletto (PSB) e Sérgio Vidigal (PDT). 

Já os deputados Lelo Coimbra (PMDB), Manato (SDD) e Marcus Vicente (PP) votaram a favor do financiamento privado de campanha realizado por pessoa jurídica.

Para Fernando Pignaton, será mais difícil a fiscalização, já que a doação das empresas será feita aos partidos. Como o tema é tratado em Emenda Constitucional, será necessária nova votação na Câmara, bem como duas votações no Senado.