O boletim médico divulgado pelo Hospital Albert Einstein, na última quinta-feira (7), sobre o presidente Jair Bolsonaro, que passou por cirurgia no último dia 28, indicou a possibilidade de uma complicação pós-operatória. A tomografia evidenciou uma pneumonia.
Casos de pneumonia após uma cirurgia, no entanto, não são tão raros, como explica Roberto Stibulov, pneumologista da Santa Casa de São Paulo. “Não é algo excepcional. É uma das complicações possíveis”, afirma Stibulov.
Ele explica as diferenças da pneumonia hospitalar para uma pneumonia comum. “Se [a pneumonia] iniciar depois de 48 horas da cirurgia, é hospitalar. São germes diferentes da pneumonia adquirida na comunidade. Portanto, os antibióticos são diferentes”, diz o médico.
Segundo Paulo José Zimermann Teixeira, pneumologista da Comissão Científica de Infecções Respiratórias da SBPT (Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia), “toda vez que alguém vai para o hospital para fazer qualquer procedimento tem chance de ser infectado com bactérias hospitalares”.
De acordo com Zimermann, quando o paciente faz qualquer cirurgia, em menos de 24h todas bactérias do organismo se modificaram e estão semelhantes às hospitalares. Outro fator é que depois do procedimento cirúrgico, as defesas do paciente caem.
A gravidade, segundo Stibulov, “depende da pessoa e da evolução”. Segundo ele, “exige cuidado, mas não é necessariamente grave”. Zimermann também diz que a gravidade depende se a bactéria é muito resistente e da imunidade do paciente. A situação é mais delicada, de acordo com Zimermann, é quando o paciente está respirando por aparelho.
Stibulov comenta que, para os pacientes que passam por esta situação, os cuidados são, principalmente, com antibióticos e fisioterapia. Outros cuidados gerais, como a hidratação, também ajudam na recuperação.