Política

Após delação, relator da Lava-Jato envia nome de Paulo Hartung ao STJ

Segundo publicação no site da Revista Veja, o acordo de delação homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) revela que o governador do Espírito Santo, teria recebido R$ 1 milhão

Após delação, relator da Lava-Jato envia nome de Paulo Hartung ao STJ
No acordo de delação, o ex-presidente da Odebrecht revela repasse de R$ 1 milhão ao governador entre 2010 e 2012 Foto: ​Divulgação

O governador Paulo Hartung (PMDB) teve o nome citado em delação premiada do ex-presidente da construtora Odebrecht Benedicto Barbosa da Silva. Segundo publicação no site da Revista Veja, o acordo de delação homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) revela que o governador do Espírito Santo, teria recebido R$ 1 milhão da empreiteira durante as campanhas eleitorais de 2010 e 2012. Segundo o delator, os “pagamentos indevidos” foram realizados em parcelas nos meses de setembro de 2010 e setembro de 2012.

O caso foi encaminhado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) pelo ministro Edson Fachin, relator dos processos da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com informações do Estadão, além de Hartung, outros 11 governadores tiveram os nomes encaminhados ao STJ. São eles o chefe do executivo do Paraná, Beto Richa (PSDB); do Maranhão, Flávio Dino (PC do B); de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT); de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB); do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB); de Goiás, Marconi Perillo (PSDB); de Santa Catarina, Raimundo Colombo (PSD); de Tocantins, Marcelo Miranda (PMDB).

Por meio de nota, o governador Paulo Hartung respondeu que não disputou as eleições de 2010 e 2012. “Portanto, é leviana, mentirosa e delirante a citação de que ele teria recebido recursos da construtora Odebrecht. O governador afirma que acusações infundadas  como essa só contribuem para confundir, tumultuar a investigação e manchar a trajetória das pessoas de forma irresponsável”, diz o informe encaminhado pela assessoria do chefe do executivo capixaba.

Outros políticos capixabas

O ex-governador Casagrande (PSB), o assessor especial do então governador, Paulo Brusque, e o prefeito de Vitória Luciano Rezende (PPS) também figuram na lista de políticos que teriam recebidos doações da Odebrecht. Casagrande respondeu, por meio da assessoria, que tem conhecimento da lista e reconhece que recebeu doação oficial via diretório nacional do Partido Socialista Brasileiro. 

Paulo Brusque encaminhou nota à redação do Jornal On Folha Vitória na manhã desta quarta-feira (12) afirmando: “Tomei conhecimento, através da imprensa, da inclusão do meu nome na investigação aberta no Tribunal Regional Federal-RJ, a respeito de doações da Odebrecht. Esclareço que fui responsável pela administração financeira das campanhas do PSB, nas eleições de 2010 e 2014, não tendo jamais disputado qualquer cargo eletivo. Esclareço por fim, que tão logo seja intimado pela justiça, terei oportunidade para promover a defesa do trabalho realizado na campanha”.

Já Luciano Rezende, emitiu nota informando que não tem conhecimento do teor dos fatos solicitados por Fachin ao TRF. “Ressalto que trata-se apenas de solicitação, sem emitir juízo de valor, segundo o próprio Ministro. Mas de antemão esclareço que jamais tive qualquer contato com executivo algum ou qualquer representante dessa empreiteira e que nenhuma obra dessa empresa foi realizada durante toda a minha gestão na PMV. Ainda afirmo que jamais autorizei qualquer pessoa a tratar de qualquer assunto eleitoral com essa empresa. Minhas contas pessoais e de campanha estão à disposição para esclarecimento, o mais rápido possível”, disse o prefeito.

O ex-prefeito de Vitória, Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB) também pode ser investigado. Ele é acusado de receber R$ 50 mil da construtora em 2010 e 2012. O Folha Vitória tentou contato com o ex-prefeito na manhã desta quarta-feira (12), mas as ligações não foram atendidas.