Política

Após impasse, Gavini será reeleito presidente estadual do PSB hoje

Atual presidente encabeçará chapa única a ser eleita no Congresso Estadual do partido, que contará com a presença de João Campos

Alberto Gavini (foto: Ademir Ribeiro-Secom/ES)
Alberto Gavini (foto: Ademir Ribeiro-Secom/ES)

Está marcado para esta quarta-feira (23) o Congresso Estadual do PSB que dará os primeiros passos rumo às eleições de 2026 e definirá quem irá comandar o partido do governador até 2028.

Após um impasse nos bastidores, com direito a disputas veladas e enfrentamentos entre lideranças do ninho socialista, o atual presidente estadual da sigla, Alberto Gavini, será reeleito hoje em chapa única.

Conforme noticiou a coluna, quatro nomes eram cotados para o comando do partido: Gavini, o secretário da Saúde, Tyago Hoffmann; o secretário-geral do PSB, Paulo Menegueli, e o deputado federal Paulo Folletto.

Gavini sempre teve o favoritismo, mas uma ala do partido defendia uma “oxigenação” na legenda, sugerindo o nome de Tyago para a presidência – Gavini está no posto há seis anos e já dava sinais de cansaço, além de aventar a possibilidade de deixar o cargo.

No último dia 14, porém, durante uma reunião da Executiva do PSB – a mesma que declarou apoio a Ricardo Ferraço (MDB) para ser o candidato do grupo na disputa ao governo do Estado – Gavini informou que seria candidato à reeleição.

E, conforme ele garantiu à coluna De Olho no Poder numa entrevista anterior, sem disputa de chapas: “Não haverá disputa. Ninguém vai disputar comigo e nem eu vou disputar contra ninguém. Será decidido em consenso”, disse Gavini, na ocasião.

A coluna apurou que houve uma composição e Tyago também fará parte da Executiva – ele será o vice-presidente estadual do PSB. A Executiva Estadual do PSB deve ficar dessa forma:

  • Presidente: Alberto Gavini
  • Vice-presidente: Tyago Hoffmann
  • Secretário-geral: Paulo Menegueli
  • Tesoureiro: Paulo Brusque
  • Coordenador da Fundação João Mangabeira: Carlos Lopes

Rejeição e ameaça de disputa

A construção do consenso em torno do nome de Gavini para a presidência do partido esteve longe de ser pacífica. Nos bastidores, mandatários e lideranças do ninho protagonizaram embates, trocaram farpas e chegaram a cogitar uma disputa de chapas – tudo para evitar que um dos pré-candidatos assumisse o comando sem resistência.

Conforme noticiou a coluna no último dia 2, a ala que defendia uma oxigenação no comando da legenda tinha simpatia pelo nome de Tyago Hoffmann.

O secretário da Saúde nunca admitiu que teria o interesse em presidir o partido, mas também nunca descartou publicamente. Acontece que ele é pré-candidato a deputado federal no ano que vem, e a possibilidade de um candidato presidir a legenda incomodou muitas lideranças.

Uma delas foi o deputado Folletto: “Acho que quem é candidato não deve ser presidente, para não misturar as coisas e não arrumar conflito. Não há essa prática dentro do PSB e não acredito que alguém irá mudar isso nesse momento”, disse à coluna, na época.

O deputado ainda ameaçou entrar na disputa e, consequentemente provocar um racha no partido, se Tyago insistisse em concorrer à presidência. “Se Tyago quiser presidir o PSB, vou até ele dizer que não é uma boa. Se ele insistir, vou disputar contra ele”, ameaçou. Folletto defendeu a permanência de Gavini.

À frente do PSB, Gavini ditará os rumos nas eleições gerais do ano que vem e dará encaminhamentos para o pleito municipal, de 2028. No ano passado, o PSB elegeu o maior número de prefeitos no Estado – 22, contando com Presidente Kennedy – e a meta é manter o protagonismo.

O Congresso Estadual do PSB acontece hoje, às 18 horas, no Cerimonial Ferrari Eventos, em Vitória, e contará com a participação do governador Renato Casagrande e do prefeito do Recife (PE), João Campos – cotado para a presidência nacional da legenda.

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Fabiana Tostes

Jornalista graduada pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e acompanha os bastidores da política capixaba desde 2011.

Jornalista graduada pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e acompanha os bastidores da política capixaba desde 2011.