Política

Sem autorização da Justiça para acompanhar enterro do irmão, Lula recusa encontro com familiares

Através da presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, o ex-presidente emitiu um comunicado afirmando que não permitiram que se despedisse do irmão por pura maldade.

Foto: Divulgação

Através dos advogados e do amigo pessoal Paulo Okamto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva comunicou que não vai a São Bernardo para se encontrar com familiares após o sepultamento do irmão Genival Inácio da Silva, o Vavá. 

“O presidente Lula gostaria de participar do enterro e se despedir do seu querido irmão. É claro que ele também quer se encontrar com a família, mas para isso vai ter outra oportunidade”, disse Okamotto, que é presidente do Instituto Lula.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, acolheu parcialmente o pedido da defesa de Lula e havia autorizado ao ex-presidente o deslocamento para uma unidade militar na região do ABC, em São Paulo. Assim, Lula poderia se encontrar com familiares depois do sepultamento, que aconteceu às 13h desta quarta-feira (30).  

Na decisão, Dias Toffoli frisou que, segundo a Polícia Federal, não haveria tempo hábil para o deslocamento de Lula ao local do sepultamento, além dos riscos à segurança dos presentes e de agentes públicos mobilizados para o deslocamento.

“Todavia, as eventuais intercorrências apontadas no relatório policial, a meu ver, não devem obstar o cumprimento de um direito assegurado àqueles que estão submetidos a regime de cumprimento de pena, ainda que de forma parcial, vale dizer, o direito de o requerente (Lula) encontrar-se com familiares em local reservado e preestabelecido para prestar a devida solidariedade aos seus, mesmo após o sepultamento, já que não há objeção da lei”, ressaltou Toffoli.

Através da presidente do PT, Gleisi Hoffmann,  o ex-presidente emitiu um comunicado, afirmando que não permitiram que se despedisse do irmão por pura maldade. “Lula, sentiu-se impotente diante do impiedoso tratamento recebido por ele até mesmo quando desejava apenas se despedir de um ente querido – fato que nem a Ditadura Militar foi capaz de fazer e, numa demonstração mínima de humanidade, permitiu que deixasse o cárcere e participasse do enterro da mãe em 1980”. 

O presidente disse, ainda, que não poderia fazer mais nada. “O que eu posso fazer agora é ficar aqui e chorar”, lamentou Lula.