Nesta sexta-feira (02), o ataque as escolas Primo Bitti e Centro Educacional Coqueiral de Aracruz, realizado por um adolescente de 16 anos, completou uma semana. A tragédia terminou com a morte de quatro pessoas e deixou outras 12 feridas, atraindo repercussão nacional.
Nas redes sociais, diversas personalidades políticas prestaram solidariedade às vítimas do ataque, como o presidente eleito Luís Inácio Lula da Silva (PT), o senador Fabiano Contarato e o governador Renato Casagrande, mas o silêncio de um político em especial chamou atenção: o presidente em exercício, Jair Bolsonaro (PL).
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Em sete dias, Bolsonaro não fez nenhuma menção ao atentado, nem prestou qualquer tipo de solidariedade aos sobreviventes, vítimas ou familiares, tampouco condenou o crime.
Pelas redes sociais, diversos brasileiros cobraram um posicionamento do presidente, fazendo críticas, inclusive, ao discurso armamentista de Bolsonaro, por conta da natureza dos ataques.
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Bolsonaro mantém uma postura discreta desde que foi derrotado no segundo turno das eleições, em 30 de outubro. Nas esparsas aparições em público após o pleito, seguiu como na repercussão do atentado: em silêncio, sem pronunciamentos.
Diferente do mandatário, a primeira dama, Michelle Bolsonaro, se manifestou por meio de um story no Instagram em que prestava solidariedade às vítimas e ao município no último sábado (26), um dia após o ataque.
Nesta sexta (2), uma semana após o corrido, a população de Aracruz tenta retomar a rotina e celebra algumas vitórias. A última delas, a alta recebida pela professora Sandra Guimarães, de 58 anos, que deixou o hospital após sete dias. Ela foi alvejada por sete disparos durante o atentado.
Veja a repercussão do silêncio de Bolsonaro nas redes sociais
Quatro pessoas morreram
Os ataques, realizados por um adolescente de 16 anos, na Escola Estadual Primo Bitti e no Centro Educacional Praia de Aracruz, deixou quatro pessoas mortas. Três delas, professoras da escola pública, e uma aluna do colégio particular.
– Maria da Penha Pereira de Melo Banhos, de 48 anos (professora)
– Cybelle Passos Bezerra Lara, de 45 anos (professora)
– Flávia Amboss Merçon Leonardo, de 36 anos (professora)
– Selena Sagrillo Zucoloto, de 12 anos (estudante)
Como foram os ataques
Os ataques deixaram ao todo quatro pessoas mortas e outros 12 feridos. O atirador é ex-aluno de uma das instituições e, segundo a polícia, planejou o atentado por cerca de dois anos. No momento da ação, ele estava munido de um revólver calibre 38 e uma pistola .40.
O adolescente entrou na Escola Estadual Primo Bitti por volta das 9h30, onde realizou os primeiros disparos. Logo depois, ele se dirigiu à sala dos professores onde abriu fogo contra os presentes.
Após a ação, o atirador entrou em um carro modelo Renault Duster de cor dourada com as placas cobertas e se dirigiu para a escola particular. Lá, o adolescente vitimou Selena Sagrillo, de apenas 12 anos. Logo depois, ele entrou no mesmo veículo e foi embora do local.
O atirador chegou a voltar pra casa e almoçar com os pais logo após os ataques, inclusive chegou a escutar uma conversa sobre o caso. Ele foi apreendido ainda na tarde de sexta-feira.
Adolescente responderá por ato infracional
Em última nota divulgada à imprensa, a Polícia Civil informou que o adolescente, de 16 anos, apreendido na sexta-feira (25), em Aracruz, responderá por ato infracional análogo aos crimes de 9 tentativas de homicídio qualificada por motivo fútil, que gerou perigoso comum e com impossibilidade de defesa da vítima e, quatro homicídios qualificados por motivo fútil, que gerou perigo comum e com impossibilidade de defesa da vítima.
Ele foi levado a um instituto socioeducativo, onde permanece internado. As armas apreendidas foram encaminhadas para o setor do Departamento de Criminalística – Balística da PCES, juntamente com as munições. O caso segue sob apuração da Polícia Civil.
*Texto do repórter Guilherme Lage, do Folha Vitória.