Política

Bolsonaro afirma que 7 de setembro será um "ultimato" para opositores do governo

Sem citar os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, o presidente declarou "se alguém quiser jogar fora das quatro linhas da constituição, nós mostraremos o que podemos fazer"

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom | Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro disse, nesta sexta-feira (3), que irá responder a ações que ele considera institucionais.

Sem citar nominalmente os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), considerados pelo presidente seus inimigos políticos, Bolsonaro disse que “duas pessoas” precisariam entender o seu lugar.

Convocando apoiadores para participar dos atos no dia 7 de setembro, ele também disse que as manifestações serão um “ultimato” para duas pessoas que estariam atrapalhando o governo.

“Nós não precisamos sair das quatro linhas da Constituição. Ali temos tudo o que precisamos. Mas, se alguém quiser jogar fora das quatro linhas, nós mostraremos o que poderemos fazer, também”, declarou o chefe do Executivo, em cerimônia para assinar o contrato de concessão da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL), em Tanhaçu (BA). 

“Vamos derrotar aqueles que querem nos levar para o caminho da Venezuela, juntos seremos vitoriosos”, acrescentou.

Bolsonaro convoca apoiadores para manifestações e afirma “quem dá ultimato é o povo”

Bolsonaro seguiu com as ameaças: “Eu duvido que aqueles um ou dois que ousam nos desafiar, desafiar a Constituição, desrespeitar o povo brasileiro, saberá voltar para o seu lugar (sic). Quem dá esse ultimato não sou eu, é o povo”.

Bolsonaro acusa Barroso, também presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de ter articulado, dentro do Supremo e da Câmara, a derrota da PEC do voto impresso, uma bandeira bolsonarista. 

Já Alexandre de Moraes foi responsável por incluir o presidente como investigado no inquérito das fake news.

O chefe do executivo instigou os apoiadores a se manifestarem: “Não podemos admitir que uma ou duas pessoas, usando a força do poder, queiram dar outro rumo para nosso País. O recado de vocês, povo brasileiro, nas ruas, na próxima terça-feira, dia 7, será um ultimato para essas duas pessoas”, declarou. “Eu duvido que aqueles um ou dois que ousam nos desafiar, desafiar a Constituição, desrespeitar o povo brasileiro, saberá voltar para o seu lugar (sic). Quem dá esse ultimato não sou eu, é o povo”.

Lembrando aos apoiadores presentes no evento na Bahia que já fez duas indicações ao Supremo – o ministro Kassio Nunes Marques, já empossado, e André Mendonça, que ainda aguarda sabatina no Senado -, o chefe do Planalto defendeu a necessidade de “renovação” no Judiciário. 

“Tudo nessa vida é bom ter renovação, o Supremo começa a ser renovado também”, afirmou. 

Segundo Bolsonaro, Mendonça é evangélico, “mas também é competente”.

Presidente reforça ataques a governadores e críticas a medidas restritivas adotadas durante a pandemia

Bolsonaro renovou críticas a governadores pela cobrança de ICMS sobre combustíveis e pelas medidas restritivas adotadas durante a pandemia. 

Além disso, reconheceu novamente o processo inflacionário nacional e voltou a jogar a culpa da situação nos Estados.

O ministro do Turismo, Gilson Machado, que fez parte da comitiva presidencial, destacou a importância do dia 7 de setembro. 

Lembrando a história da independência brasileira, o ministro disparou: “Foi sangue de brasileiros que decretou a nossa independência e a nossa liberdade. Jamais será colocada em risco”.