O secretário especial da Cultura do governo federal, Roberto Alvim, está fora do cargo. Segundo o ministro da Secretaria de Governo da Presidência, Luiz Ramos, o presidente Jair Bolsonaro decidiu demitir o secretário.
Alvim gravou um discurso em vídeo e usou uma frase do ministro da Propaganda nazista ao anunciar o Prêmio Nacional das Artes. Apesar de a frase ser exatamente a mesma, apenas com a citação de “arte brasileira” em vez de “arte alemã”, o secretário negou citação direta, disse desprezar o nazismo e falou que houve “coincidência retórica entre os discursos”.
Em vídeo divulgado pela Secretaria Especial de Cultura, Alvim diz que “a arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional”. “Será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes de nosso povo, ou então não será nada”, afirmou.
Em obra de Peter Longerich, uma biografia, o líder nazista Goebbels disse: “A arte alemã da próxima década será heroica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo”.
A repercussão foi tão grande que houve pressão de lideranças do Congresso, do Judiciário e da comunidade judaica para a sua demissão. No final da manhã, Alvim foi chamado ao Palácio do Planalto para conversar com o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
As primeiras reações, logo no início da manhã, vieram dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre, este último judeu. Maia publicou nas redes sociais um pedido de demissão e Alcolumbre ligou para o Presidente da República. O senador Fabiano Contarato (Rede) e o deputado federal Helder Salomão (PT) se manifestaram, além de partidos como o Republicanos e o PSDB.
Veja algumas repercussões:
Com informações do R7