Política

Bolsonaro se reúne com secretário do DF cotado para Segurança Pública

Encontro com Anderson Torres acontece no mesmo dia em que Presidente liberou bancada da bala para "tocar" discussões sobre recriação de ministério

Foto: Carolina Antunes/PR

O presidente Jair Bolsonaro se reuniu com o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, na tarde desta quinta-feira (4). O encontro não constou na agenda oficial do presidente, nem foi informado à imprensa.

A reunião ocorreu no mesmo dia em que Bolsonaro liberou a bancada da bala para “tocar” as discussões pela recriação do Ministério da Segurança Pública, área atualmente subordinada à pasta da Justiça. Torres é um dos cotados para assumir o comando do eventual ministério. O indicado da frente parlamentar da segurança pública, no entanto, é o ex-deputado Alberto Fraga (DEM), que também é amigo pessoal de Bolsonaro.

No Instagram, Torres compartilhou uma imagem ao lado do presidente. “Recebendo o presidente @jairmessiasbolsonaro na SSP/DF, nesta quinta-feira. Oportunidade de conversarmos e tratarmos de assuntos locais com relação à Segurança Pública!”, afirmou o secretário na legenda.

Bolsonaro já demonstrou preocupação em mais de uma ocasião com a segurança das manifestações de grupos intitulados antifascistas previstas para ocorrer em Brasília para o próximo domingo. No início da semana, ele chegou a recomendar que os seus apoiadores não deveriam fazer protestos no mesmo dia.

Após a escalada de tensão dos últimos dias, Bolsonaro deu ontem uma espécie de ordem unida e chamou manifestantes contrários a seu governo de “marginais” e “terroristas”. O gesto refletiu a preocupação expressada por aliados do governo nas redes sociais.

O presidente usou termos duros para se referir a integrantes de grupos – autointitulados antifascistas – que passaram a promover atos contra o seu governo. Na mesma linha, o vice-presidente Hamilton Mourão também classificou os participantes desses protestos como “baderneiros”, em artigo publicado ontem no Estadão.

Novos atos estão sendo chamados em outras cidades por grupos ligados a torcidas de futebol, agora engrossados pela Frente Povo sem Medo, organização que reúne movimentos sociais, centrais sindicais e partidos de esquerda. Em São Paulo as manifestações estão agendadas para o início da tarde na Avenida Paulista. O governo estadual proibiu atos rivais (contra e a favor de Bolsonaro) simultâneos na capital. Há manifestações já agendadas também no Rio, Salvador, Belo Horizonte e outras cidades.