Política

Câmara de Serra aprova botão do pânico facultativo para táxis na cidade

Projeto propõe que taxista escolha se quer ter no carro ou não o dispositivo de rastreamento. Para categoria, botão traz risco para a vida dos profissionais

Foto: Prefeitura Serra

Os vereadores da Câmara de Serra aprovaram na sessão da últoma segunda-feira (10) o Projeto de Lei número 203/2013, que torna facultativo o uso de rastreadores e botão do pânico nos táxis municipais, de autoria do vereador Gideão Svensson (PR). A proposta segue para sanção ou veto do prefeito Audifax Barcelos.

Os taxistas comemoraram a aprovação do projeto, já que eles procuraram o vereador Gideão e pediram a alteração na Lei. “Esse projeto é de autoria dos taxistas. O dispositivo não e de interesse da sociedade, mas do taxista, por isso ele deve escolher se quer usar ou não, e muitos não querem porque não veem benefício algum, pelo contrário, traz perigo à integridade física dos taxistas”, disse Gideão.

O projeto foi protocolado na Câmara de Serra em agosto de 2013 e chegou a entrar na pauta de votação há cerca de um mês, porém, a pedido de alguns vereadores, foi retirado para que houvesse mais diálogo com os motoristas de táxis. Os taxistas pagam cerca de mil reais por ano para manter o sistema de rastreamento e o botão do pânico, além do seguro do carro.

Reunião
Antes da sessão ordinária, o vereador Gideão se reuniu com taxistas, representantes do sindicato da categoria e da Prefeitura de Serra para discutir o projeto. Paulo Venturini, diretor do sindicato da classe em Serra, elogiou a proposta e afirmou que as operadoras do rastreamento não são qualificadas para o serviço e acabam colocando a vida do motorista em risco. Quando o taxista aciona o botão, a operadora liga para ele e pede que ele fale uma senha para confirmar a identidade e prosseguir o atendimento. “Tem bandido que entra no carro e já fala: não aperta o botão senão você morre”, alegou.

É por esse motivo que a taxista Edir Cardoso aconselha a não acionar o botão do rastreamento em caso de assalto. Outro taxista, William Coelho, teve o carro assaltado uma semana antes do carnaval, acionou o dispositivo e ninguém da operadora nem da polícia entrou em contato. “O botão não funciona, ninguém apareceu para me ajudar quando o carro foi roubado”, disse William.

Marcelo Pereira, outro motorista que participou da reunião, afirmou que o objetivo do botão era criar um canal de comunicação com o Ciodes e a Prefeitura, entretanto essa linha não foi estabelecida, por isso o rastreamento perdeu sua funcionalidade.

Eduardo Rodrigues também acha que o dispositivo de rastreamento tem que ser opcional, já que, para ele, o botão protege o veículo, mas põe em risco a vida do motorista.