Por falta de espaço na Câmara de Vitória, parte do setor administrativo da Casa passou a funcionar dentro da Prefeitura da Capital. Os setores que cuidam dos contratos e das compras do Legislativo foram transferidos para uma sala no segundo andar do prédio do Poder Executivo.
A sala foi cedida pela Prefeitura a pedido do presidente da Câmara, Anderson Goggi (PP), que precisou desalojar os dois departamentos das dependências do Legislativo para abrigar os novos parlamentares.
Esse ano, o município de Vitória passou a contar com 21 vereadores – seis a mais que a última legislatura –, e a presidência da Câmara precisou providenciar novos gabinetes e espaços para abrigar não só os parlamentares como suas respectivas equipes.
Algumas salas, até então ocupadas por setores administrativos, tiveram de ser remanejadas para os vereadores e como o espaço disponível na Câmara era muito limitado, Goggi recorreu à prefeitura – as sedes dos dois poderes ficam lado a lado.
“Tínhamos que acomodar os novos vereadores. Eu apertei meu administrativo e peguei uma salinha da prefeitura, que estava vazia, para não deixar muito amontoado. São dois setores que foram para lá, cerca de seis servidores, para uma sala ampla, com ar-condicionado”, disse o presidente à coluna De Olho no Poder, em entrevista após deixar o hospital onde ficou internado por uma semana, devido a uma infecção.
Segundo ele, para chegar à sala cedida, os servidores passam pela entrada principal da prefeitura. “Mas essa questão é temporária. Eles ficarão lá por uns três, quatro meses até eu conseguir fazer a reforma”, explicou.
Questionado se esse “puxadinho” não comprometeria os trabalhos da Câmara que tem, como uma das funções, fiscalizar o Poder Executivo, Goggi descartou. “Ou era isso ou fazer um contrato de aluguel. Poderia alugar uma sala, mas isso iria onerar os cofres públicos”, justificou Goggi.
Acesso limitado a assessores
A falta de espaço na Câmara de Vitória não é só para o setor administrativo. Na próxima segunda-feira (03), recomeçam as sessões ordinárias, com todos os 21 vereadores presentes mais seus assessores.
O plenário é pequeno, além da Mesa Diretora e do lugar de cada um dos vereadores, conta só com as duas galerias e um pequeno espaço ao fundo que sempre fica amontoado de servidores e convidados.
Goggi disse que irá publicar um decreto limitando a permanência dos assessores dos parlamentares nesse espaço. “Os assessores ficavam dentro do plenário, eu não tenho como tirar o pessoal administrativo e nem a imprensa. Então, o assessor poderá entrar, tirar a foto do seu vereador e depois ficar na galeria. Não tem condição de ter 21 vereadores, mais 21 assessores, mais o pessoal do administrativo e a imprensa ali”, avaliou o presidente.
Somado à falta de espaço há também os problemas estruturais da Câmara. Há dois anos, quando assumiu a presidência do Legislativo, o então vereador Leandro Piquet (PP) convocou uma coletiva de imprensa para anunciar, entre outras coisas, que a sede do Legislativo precisaria passar por uma profunda reforma.
Na ocasião, Piquet apontou buracos no teto, paredes rachadas, infiltração e aparelhos de ar-condicionado danificados. Também enfatizou a falta de uma saída de emergência do plenário, o que poderia provocar uma tragédia em caso de algum acidente.
Goggi voltou a citar os problemas da Casa, inclusive disse que o ar-condicionado do plenário está quebrado. “O ar-condicionado está quebrado e não tem contrato, não tem ar-condicionado para segunda-feira. Não sei nem como vou fazer com a sessão. Que Deus abençoe para o ar-condicionado voltar a funcionar porque a licitação só sai no dia 4”.
Ele disse também que, até por motivo de segurança, quer levar o arquivo da Câmara para a Prefeitura. “É muito papel ali. Estou pensando em colocar o nosso arquivo junto ao da prefeitura, porque aí também eu libero mais um espaço na Câmara”.
Volta ao hospital
Goggi passou uma semana internado, tomando antibiótico na veia, por conta de uma infecção na mão. Ele teve alta na tarde da última terça-feira (28), mas deve voltar ao hospital nessa quinta (30).
“Fiquei muito tempo deitado e o que aconteceu? Meu nervo ciático travou. Estou com dificuldade de locomoção e vou precisar voltar ao hospital”, disse Goggi. Ele acredita que não precisará internar novamente.
Para a próxima segunda-feira, ele prometeu uma sessão “leve”. “Ainda não fiz a pauta, mas vai ter só coisa leve, como votação de nome de rua e coisas assim. Nada de muito polêmico para começar”.
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