A proximidade do pleito de 02 de outubro tem feito as campanhas eleitorais ganhar cada vez mais força no Espírito Santo, com os candidatos indo às ruas em busca do voto dos eleitores capixabas.
No entanto, não é apenas no corpo a corpo e no contato direto com o eleitorado que eles apostam, isso porque as redes sociais viraram ferramentas essenciais para quem pretende apresentar suas propostas e convencer a população de que seu projeto é o que melhor atenderá as demandas da sociedade.
Tendo em vista esse aspecto, a reportagem do Folha Vitória pediu para que o especialista em Marketing Político Darlan Campos analisasse e apontasse qual mensagem cada um dos sete postulantes ao cargo de chefe do Executivo estadual pretende passar ao eleitorado a partir de seus perfis políticos nas redes sociais, especialmente no Instagram.
Importante destacar que o especialista não avaliou os aspectos técnicos que envolvem gestão de redes sociais, mas apenas que tipo de mensagem está presente no conteúdo publicado pelos seguintes candidatos: Aridelmo Teixeira (Novo), Audifax Barcelos (Rede), Capitão Vinícius Sousa (PSTU), Carlos Manato (PL), Claudio Paiva (PRTB), Guerino Zanon (PSD) e Renato Casagrande (PSB).
Para Campos, Aridelmo, por exemplo, é o candidato cujos conteúdos nas redes sociais miram a ala do eleitorado mais afeita ao liberalismo.
“O Aridelmo é um candidato do partido Novo, então ele tenta se alinhar um pouco com o que busca o partido Novo no campo nacional, com um discurso mais liberal, especialmente no plano econômico, falando um pouco de pautas de gestão, de finanças, que é uma área que ele domina, mas com essa pegada liberal de construção de discurso, tentando acertar esse nicho de liberais, um nicho mais ideológico”, ressaltou.
A análise do especialista também chegou a dois candidatos com perfis muito semelhantes, segundo ele, tanto no campo das ideias quanto na mensagem que desejam passar nas redes.
De acordo com Campos, os ex-prefeitos Audifax e Guerino Zanon guardam semelhanças quando o assunto é se apresentar aos eleitores nas redes sociais como gestores experientes.
“Audifax Barcelos e Guerino Zanon têm candidaturas que nascem no mesmo contexto. Eles foram prefeitos de duas cidades importantes no Estado, Serra e Linhares, respectivamente. Eles trazem um pouco, nesse início, a defesa do legado daquilo que eles realizaram. O ponto de vista estratégico que aproxima os dois candidatos é que eles usam a experiência para criticar aquilo que, na visão deles, são erros na gestão do atual mandatário, estabelecendo sempre um contraponto com críticas ao governador”, avaliou.
Se os dois candidatos convergem no campo das críticas ao atual governo, a divergência fica por conta do posicionamento ideológico de ambos, conforme observa o especialista.
“Guerino busca ocupar o campo da direita, se aproximar do eleitor bolsonarista, fazendo muitos acenos, declarando voto ao atual presidente da República, Jair Bolsonaro (PL); se aproximando de outros candidatos bolsonaristas. Já o Audifax está trazendo muito mais um perfil gestor, tentando fazer uma defesa da sua história como gestor”, pontuou.
Outros dois perfis também foram analisados de maneira conjunta por Campos, que avalia que as candidaturas de Vinícius Sousa e Claudio Paiva também guardam similaridades e que isso fica evidente na comunicação de ambos em suas redes.
“São candidaturas que vêm muito mais para posicionar os seus respectivos partidos, para trazer mais visibilidade. O PSTU tem uma tradição histórica de lançar candidatos majoritários, e utiliza a eleição para fazer essa discussão; um partido alinhado à esquerda e que sempre fazer esse contraponto. Mesma coisa acontece com o Claudio Paiva, que vem muito mais para posicionar um nome visando aos próximos passos na política local”, afirmou.
Disputando o governo do Estado pela segunda vez em sua trajetória política, Manato, que é ex-deputado federal, é citado pelo especialista como o candidato que mais mantém os conteúdos de suas redes alinhados às pautas bolsonaristas.
“É o candidato com maior conexão com o atual presidente da República, buscando ser um contraponto à direita do atual governador. Então, o seu caminho de construção de discurso de conteúdo sempre vai na linha de aproveitar algumas fragilidades que tem todo mandato. Tem havido, então, uma tentativa da comunicação do candidato de se aproveitar de algumas falhas, com uma linha de discurso mais conservadora”, frisou.
Um dos últimos perfis analisados pelo especialista foi o de Casagrande, candidato à reeleição. Na avaliação de Campos, o atual chefe do Palácio Anchieta tem feito, nas redes, uma comunicação com viés de prestação de contas.
“O caminho do governador é, de fato, uma defesa do seu legado. Ou seja, uma apresentação de números, dados, informações com aquilo que foi realizado, os desafios que tiveram, além de um olhar para o futuro, apresentando o que poderá ser feito no próximo mandato”, ressaltou.
Com a fala, o especialista!
Após a análise dos perfis dos candidatos, Campos afirma que é importante destacar que o posicionamento de um candidato segue sempre a lógica da reafirmação da imagem que ele pretende passar visando ao cargo que disputa.
“Os discursos, as pautas e as mensagens trazidas no ambiente digital, no material impresso, na rádio, na TV e nas redes, contribuem na reafirmação da imagem que o candidato quer passar ao eleitor. É fundamental a atenção dos candidatos, para que isso seja mais assertivo possível, no sentido de convencer o eleitor e de se aproximar daquilo que é, de fato, do interesse da população”, concluiu.