Política

Capixabas destacam demora no afastamento de Cunha, mas comemoram decisão

Deputados federais do Espírito Santo demonstraram total apoio à decisão do ministro do STF, Teori Zavaski, de afastar Eduardo Cunha da presidência da Câmara

Após a decisão do STF, houve queima de fogos em Brasília Foto: Agência Brasil

O afastamento de Eduardo Cunha (PMDB) da presidência da Câmara dos Deputados foi comemorado pelos deputados federais do Espírito Santo. Cunha foi afastado por representar risco para as investigações sobre seus atos ilícitos e de conspirar contra a dignidade da Câmara, segundo decisão do ministro.

Para o deputado Max Filho (PSDB), foi um erro a maioria dos deputados ter colocado Cunha na cadeira da presidência, uma vez que ele já era suspeito.

“A decisão do Supremo é correta, firme. Só lamento o fato de que a Câmara não tenha cassado o mandato de Eduardo Cunha antes”. Max também acredita que a decisão contribuirá para seu afastamento ser determinado no Conselho de Ética. “Agora a Câmara ficará um pouco mais livre para fazer aquilo que tem que ser feito, que é a cassação do seu mandato”.

Helder Salomão (PT) também comemorou a decisão do STF, mas lamentou o fato de ela não ter sido tomada antes do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. “O afastamento era para ter acontecido há mais tempo. Avaliamos que o Supremo demorou, mas enfim tivemos o primeiro passo para que ele [Cunha] seja investigado”.

Salomão afirmou que o ministro Ricardo Lewandowski se reuniu, na terça (3), com representantes de sete partidos: Rede, PT, PSB, Psol, PP, PPS e PR. A justificativa apontada pelo ministro para a demora de uma ação, segundo o deputado, foi a tentativa de não entrar em embates políticos. “É lamentável que esse deputado tenha ficado tanto tempo no cargo, depois de tantas evidências”, completou Helder.

Sérgio Vidigal (PDT) foi outro parlamentar que comemorou a decisão. “Hoje é um grande dia para esta casa. Cunha é réu do maior esquema de corrupção já instalado neste país. Isso demonstra que esta Casa pode tramitar com mais tranquilidade o processo de cassação do deputado Eduardo Cunha”. Vidigal ainda ressaltou que Eduardo Cunha utilizou o mandato de presidente da Câmara para interferir na tramitação do processo contra ele no Conselho de Ética. “Essa decisão estimula, incentiva e obriga esta Casa a começar uma faxina ética que começou no último da 17 de abril”, disse.

O deputado Givaldo vieira (PT) endossou que o afastamento de Cunha era esperado há meses. “A Justiça demorou muito. Neste tempo ele fez o impeachment da presidente Dilma na Câmara, uma votação ilegítima. Ele não poderia ter dirigido aquela votação. Acho correto o seu afastamento, mas me preocupa que essa decisão seja tomada tão tardia. Givaldo disse que lhe preocupa o fato de a Justiça não funcionar no tempo correto.

Até mesmo Lelo Coimbra (PMDB), do mesmo partido de Eduardo Cunha, demonstrou estar de acordo com a decisão, a qual taxou de necessária e esperada. “Entendo que o fato é necessário e esperado por toda a sociedade. Nós achamos que é justo e precisamos ter uma resposta à ação delituosa que foi praticada e tem sido acentuada através dos processos que foram apontados por parte do deputado Eduardo Cunha”, finalizou Lelo.