O atual governador do Estado, Renato Casagrande (PSB), durante debate realizado pela TV Vitória nesta quinta-feira (20), acusou o adversário político, Carlos Manato (PL), de “andar ao lado” de assessor que agride mulheres. Casagrande se refere ao ex-policial Walter Matias Lopes. Walter foi preso em janeiro deste ano após atacar o namorado da ex-companheira, com uma garrafada na cabeça, no bairro Santa Maria, em Vitória.
À época, de acordo com a mulher, o relacionamento com o ex-policial durou cerca de 8 anos e foi marcado por agressões físicas e verbais. A ex-companheira ainda relatou guardar as fotos dos ferimentos que ele teria provocado ao longo dos anos. Os dois se separaram em agosto do ano passado.
A acusação de Casagrande contra Manato veio após a pergunta do atual governador sobre quais seriam as propostas de Manato com relação ao combate à violência contra a mulher. Diante da questão, o candidato do partido do atual presidente da República, Jair Bolsonaro, iniciou afirmando apenas que “as minhas propostas são diferentes das suas”.
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Em seguida, o médico e ex-deputado federal seguiu dizendo que Casagrande está no governo em exercício e mesmo assim não resolveu a questão, que mantém o Espírito Santo entre os Estados com maior índice de violência contra a mulher da federação.
Propostas concretas
Sobre as propostas da campanha, Manato afirmou que pretende aumentar as delegacias de proteção às mulheres, bem como ampliar o uso do botão do pânico, investir em mais políticas públicas que as leve ao mercado de trabalho, com segurança e conscientização. O candidato também disse que gostaria que as penas para estes crimes fossem mais rigorosas.
De volta à palavra, Renato Casagrande afirmou que as propostas do candidato bolsonarista já são implementadas durante o governo atual, que nada do que foi apresentado é novo.
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Além disso, contestou o uso de mulheres e crianças na linha de frente da greve da Polícia Militar, ocorrida em 2017. Para o atual governador, Manato teve coordenação da greve e tentou “fazer manobra para se colocar salvador da pátria”, referindo-se à anistia aos policiais.
Na sequência, voltou a falar de Walter Matias.
“Ele ainda anda com você e é um agressor de mulheres. Você conviveu com a ex-esposa dele, a viu machucada e nunca tomou providências. O mínimo que poderia ter feito era ter denunciado o agressor”, disse.
Por fim, o candidato do PL respondeu que Walter chegou a ser preso por dias e que não tem nada a ver com a questão dele com a ex-esposa.
“O problema é dele, não meu. Isso tudo é falácia sua. O índice de feminicídio é um dos maiores do país, então isso é incompetência do seu governo”, finalizou.
Casagrande acusa Manato de envolvimento em greve da PM
Assim como tem acontecido nos debates e sabatinas dos quais têm participado os dois candidatos ao governo do Espírito Santo das eleições deste ano, Renato Casagrande (PSB), atual governador e que busca a reeleição, e o ex-deputado federal Carlos Manato (PL), protagonizaram ataques mútuos durante o debate da Rede Vitória, nesta quinta-feira (20).
O crime organizado voltou a ser o pano de fundo da discussão entre os dois políticos, com Casagrande afirmando que Manato teria sido um dos responsáveis e articuladores da greve da Polícia Militar (PM), ocorrida em 2017 no Estado.
“Nunca combateu o crime organizado e coordenou a greve de 2017, a greve que matou mais de 200 pessoas em 22 dias, o maior caso de violência do Estado”, disse Casagrande ao responder a ataques de Manato, que iniciou o debate chamando o socialista de “centroavante”, em referência ao suposto apelido do governador do Estado na planilha da Odebrecht, em que surgiam nomes de políticos que teriam recebido propina da empreiteira.
Já Manato rebateu voltando a citar o crime organizado, afirmando que o ex-secretário de Segurança Henrique Herkenhoff, que teve como missão dissolver a Scuderie Le Cocq, teria afirmado que o ex-deputado nunca teve participação na organização criminosa, como tem afirmado a campanha de Casagrande e como o próprio governador voltou a afirmar no debate desta quinta-feira. O candidato ainda frisou que, quando a greve da PM aconteceu, ele estava em Brasília.
“A greve de 2017, quando começou, eu estava em Bras´ília. Fizemos projeto de anistia, isso está nos anais. O que aconteceu foi o lockdown que o senhor fez, acabou com o Estado do Espírito Santo. O senhor matou o CNPJ, tirou emprego das pessoas. As pessoas ficaram sem emprego e sem renda”, disse Manato.
O debate
A Rede Vitória promoveu nesta quinta-feira (20) o primeiro debate entre os candidatos a governador do Espírito Santo no 2º turno das eleições deste ano. Veja abaixo fotos dos bastidores do debate: