Durante o anúncio da criação do Centro Integrado de Gerenciamento de Riscos e Desastres (CIGRD), na manhã desta sexta-feira (9), o governador Renato Casagrande falou sobre os impactos da ação do homem no meio ambiente.
“Nós estamos, infelizmente, com gente que não quer ver o que está acontecendo no mundo. É lógico que nós sempre tivemos eventos extremos da natureza, e diversas espécies já foram extintas por eventos extremos. Mas agora, por uma ação do ser humano, estamos com maior frequência e repetição desses eventos extremos”, disse o governador.
Casagrande completou dizendo que “cabe aos governos dos estados e ao Governo Federal, ter uma política que possa enfrentar essa realidade. A primeira política é de mitigar, nós reduzirmos o efeito das mudanças climáticas, e isso se faz com a recuperação florestal […] aumentando a cobertura florestal, capturando carbono da atmosfera, reduzindo o lançamento de CO², através de novas tecnologias […]”.
Relatório da ONU
O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgado na última terça-feira (6) alerta que o desmatamento e práticas agropecuárias respondem por 23% das emissões de gases de efeito estufa responsáveis pelo aquecimento global. A perda da vegetação, por sua vez, faz o planeta absorver cada vez menos o CO2 em excesso na atmosfera, minando ainda mais sua capacidade de combater mudanças climáticas.
O novo recorte sobre o uso da terra mostra que, se esse problema não for enfrentado juntamente com a redução de emissões no setor de energia, será impossível resolver a crise climática. O documento deve elevar a pressão sobre países como o Brasil, onde a produção agrícola tem papel econômico crucial e o desmate está em alta, ao mesmo tempo que o governo Jair Bolsonaro tem questionado dados que apontam essa elevação.
Apesar de optar por fazer análise mais geral sobre a situação do planeta, sem destacar os países de modo individual, o IPCC criticou o governo brasileiro. O cientista alemão Hans-Otto Portner, do grupo de trabalho 2, afirmou que as mudanças em ação no País, no que se refere à gestão da Amazônia, “contradizem todas as mensagens apresentadas no relatório”. A resposta foi dada após questionamento da imprensa internacional. O governo brasileiro não se pronunciou sobre o assunto.