Conforme antecipou o Folha Vitória, o governador Renato Casagrande (PSB) anunciou nesta quinta-feira (25) medidas mais extremas para reduzir a transmissão da covid-19 no Espírito Santo. Uma das principais é a paralisação total do transporte coletivo durante oito dias. A suspensão acontece a partir deste domingo (28) e vai até o domingo de Páscoa, dia 4 de abril.
Não poderão funcionar:
Não serão considerados serviços essenciais e, portanto, não poderão abrir os seguintes estabelecimentos:
– comércio atacadista;
– lojas de material de construção civil;
– casas de peças e oficinas de reparação de veículos automotores;
– comercialização de produtos e serviços de cuidados animais (permitido o funcionamento de clínicas médicas veterinárias e comercialização de alimentos);
– agências bancárias (permitindo o atendimento presencial para recebimento de benefícios)
– instituições financeiras de fomento econômico;
– casas lotéricas;
– atividade de pesca de lazer no mar (permitida a pesca comercial);
– foi retirada também a permissão para o atendimento presencial em concessionárias prestadoras de serviços públicos;
– em relação aos serviços de assistência à saúde, será permitido o funcionamento somente de “hospitais, clínicas e consultórios médicos, odontológicos e de fisioterapia, laboratórios e farmacêuticas”. A campanha de vacinação seguirá normalmente;
– hotéis, pousadas e afins terão a capacidade de ocupação limitada a 30% dos quartos;
– suspensão do transporte coletivo em todo o Espírito Santo a partir deste domingo (28) até o dia 04 de abril. A medida vai atingir 100% dos coletivos dos serviços metropolitano (Sistema Transcol), rodoviário (intermunicipal e interestadual) e os municipais nas cidades que possuem o serviço;
– transporte ferroviário de passageiros também ficará suspenso;
A decisão sobre o transporte coletivo foi tomada com objetivo de reduzir a interação entre as pessoas, visando a redução na transmissão da doença. No serviço metropolitano de transporte coletivo (Transcol), a redução de passageiros foi em média de 20%, quando o esperado para o período de quarentena era uma redução de 50%. Uma parte da frota do Sistema Transcol será disponibilizada para dar apoio aos serviços de saúde para o transporte exclusivo dos profissionais de saúde.
Ficam proibidas também:
– reuniões, exceto aos pertencentes de um mesmo núcleo familiar, incluindo quaisquer tipos de eventos sociais;
– utilização de praças, parques, jardins públicos, campos públicos de futebol, quadras públicas de esportes, ginásios públicos de esportes e outros espaços públicos equivalentes; realização de atividades físicas coletivas, nas áreas e vias públicas;
– fica recomendado que as igrejas e os templos religiosos transmitam, preferencialmente, seus cultos e missas por meio virtual;
– administradores e síndicos de condomínios verticais e/ou horizontais devem limitar a utilização, simultânea, das áreas de uso comum de lazer para os moradores do mesmo núcleo familiar;
– pessoas deverão adotar medidas de proteção e higiene, bem como utilizar máscaras fora do ambiente residencial;
– proibidos serviços de drive thru, take away ou equivalente;
– restaurantes só poderão funcionar por meio do sistema de entregas (delivery);
– lojas de conveniência de postos de combustíveis não poderão funcionar durante a vigência do Decreto.
– estabelecimentos não essenciais deverão manter fechados os acessos do público ao seu interior e está proibido o atendimento ao público externo no interior ou na porta, com ou sem horário marcado.
– estão proibidos os funcionamentos de clubes de serviço e de lazer, de academias de qualquer natureza, e a realização de atividades esportivas de caráter coletivo, ainda que sem a presença de público.
– fica suspensa a atividade educacional presencial em todos os níveis.
– ficam suspensos os cursos livres presenciais.
No dia 16 de março, o governador havia anunciado fechamento total no comércio, escola e outras atividades no Estado. A medida entrou em vigor há uma semana, e teria validade até o dia 31 de março.
Na ocasião, o governador justificou o anúncio das medidas. “Estamos na pior fase da pandemia, enfrentando um ambiente de guerra”, reconheceu.
Ele apontou como as principais razões para a disparada do contágio no Brasil a demora na vacinação, a falta de uma coordenação nacional das medidas sanitárias, o surgimento de novas cepas do coronavírus e o negacionismo de parte da sociedade sobre a gravidade da pandemia.