O governador Renato Casagrande (PSB) descartou qualquer mal-estar e “ciúmes” entre os partidos aliados por conta do tamanho da representação do PSB no governo. Com a entrada do ex-prefeito Victor Coelho (PSB), serão oito socialistas no primeiro escalão.
“Não tem ciúme, porque todos os partidos estão representados no governo”, disse Casagrande numa pequena coletiva de imprensa concedida na Assembleia. O governador participou, na tarde desta terça-feira (04), da abertura do ano legislativo na Casa.
Ele também defendeu os quadros do partido na gestão: “As pessoas do PSB que estão no governo são técnicas, estão me acompanhando há bastante tempo. É natural, mostra que o partido tem quadros, então não há dificuldade e nenhum problema com relação a isso”, avaliou.
Além de Victor Coelho, fazem parte do primeiro escalão, os socialistas:
- Tyago Hoffmann (secretário da Saúde),
- Valésia Perozini (chefe de gabinete de Casagrande),
- Bruno Lamas (secretário de Ciência e Tecnologia),
- Jacqueline Moraes (secretária das Mulheres),
- Fábio Damasceno (secretário de Mobilidade),
- Nara Borgo (secretária de Direitos Humanos) e
- Ricardo Iannotti (secretário de Recuperação do Rio Doce).
Em 2022, quando Casagrande montou uma frente ampla para disputar a reeleição, teria acordado também a participação dos aliados no governo. Ficou combinado que os maiores partidos indicariam apenas um nome para compor o secretariado.
Algumas legendas até possuem dois secretários na gestão, mas não por cota partidária e sim por escolha pessoal do governador. É o caso, por exemplo, do chefe da Casa Civil, Júnior Abreu (PDT), e da secretária de Governo, Emanuela Pedroso (Podemos).
Desde o final do ano passado, Casagrande vem falando em fazer uma reforma no secretariado para abrigar aliados políticos, principalmente visando às eleições de 2026. O objetivo do governo é fechar, desde já, alianças para o projeto que tem, como prioridade, eleger Casagrande ao Senado e, o vice Ricardo Ferraço (MDB), ao Palácio Anchieta.
Por isso, Casagrande já fez quatro grandes mudanças no secretariado: abrigou correligionários que serão apostas do PSB na disputa à Câmara Federal (Tyago e Victor), costurou a esgarçada aliança com o PP, aceitando o pedido de troca de comando na Secretaria de Desenvolvimento Urbano (saiu Marcus Vicente, entrou Marcos Aurélio), e trouxe para o governo a maior liderança do PDT, o ex-prefeito Sergio Vidigal, que também tem o nome cotado para suceder Casagrande no governo.
Além dessas, mais mudanças são esperadas, conforme confirmou o próprio governador.
Decisão nas próximas horas
Questionado se mais mudanças iriam ocorrer no secretariado, Casagrande apontou que sim. E, ao que tudo indica, em breve: “Teremos mais mudanças, espero resolver nas próximas horas”, disse o governador, na coletiva.
Ele não detalhou sobre quantas mais e quais pastas passariam por trocas. O Podemos ficou de indicar um nome ao secretariado, mas ainda não houve um consenso. A coluna apurou que o presidente estadual do partido, deputado federal Gilson Daniel, indicou o próprio nome, mas foi negado.
A negativa não foi por conta dele, mas pela vaga de suplente que ele abriria na Câmara Federal para o ex-secretário da Segurança Coronel Ramalho, que hoje está no PL e foi candidato a prefeito de Vila Velha no campo da oposição ao grupo de Casagrande. Mesmo tendo mudado de partido, a vaga, num primeiro momento, seria de Ramalho.
Podemos e Casagrande ainda não chegaram a um acordo e as negociações, pelo que a coluna apurou, estariam próximas de serem encerradas.
Questionado especificamente sobre o motivo da mudança no Turismo – com a saída de Philipe Lemos (PDT) para a entrada de Victor Coelho (PSB) –, Casagrande sinalizou que foi por questão política.
“É natural, terminou o mandato dos prefeitos e a gente precisa fazer o debate sobre projetos políticos que fortaleçam o governo do Estado. Estamos discutindo com ele (Philipe) outros projetos no governo, mas era necessário fazer essa mudança”, disse Casagrande.
O governador não detalhou se Philipe será aproveitado em outro cargo na gestão. Procurado, o jornalista não retornou aos contatos da coluna.
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