Política

Casagrande rebate críticas de Hartung e diz que são acusações eleitoreiras

A comparação entre os governos Hartung e Casagrande e as acusações mútuas devem ser a tônica dessa campanha, segundo o próprio governador do Estado

Casagrande disse que acusações de Hartung são falsas e eleitoreiras Foto: Divulgação

“São acusações falsas e eleitoreiras”. Foi assim que o governador do Estado, Renato Casagrande (PSB), rebateu as críticas feitas pelo ex-governador Paulo Hartung (PMDB).

Em coletiva de imprensa, na tarde desta segunda-feira (30), Casagrande (PSB) afirmou que pegou um governo com grande passivo social, principalmente nas áreas de saúde e segurança. As alegações do governador contradizem as críticas do peemedebista, que garantiu ter deixado “um governo absolutamente organizado” e “preparado para dar um salto de desenvolvimento”.

Durante convenção, no último domingo (30), na qual confirmou sua candidatura ao governo do Estado, Hartung (PMDB) disse que o atual governo tinha o compromisso de dar continuidade aos feitos da gestão anterior. No entanto, na opinião dele, isso não teria acontecido.

Casagrande rebateu o peemedebista, acusando-o de ter deixado uma gestão com muitos problemas, que precisaram ser corrigidos posteriormente.

“É um argumento eleitoreiro. E essa prática tem tirado o crédito da política porque são três anos e meio sem dizer nada. Chega às vésperas da eleição, toma a decisão de ser candidato, vai nesse caminho… É inadequado, é equivocado. O Estado não tinha nenhum programa de enfrentamento à violência. Eu assumi o governo e implantei o programa Estado Presente. Contratamos policiais, compramos viaturas, fizemos investimentos em tecnologias, fizemos articulações com outras instituições e trabalho social”, alegou Casagrande

O governador ainda admitiu que Paulo Hartung havia pedido que ele não falasse sobre os problemas encontrados no governo. No entanto, ao receber as atuais acusações contra seu governo, o socialista sentiu-se desobrigado desse acordo. Ele acredita que a comparação entre os dois governos é necessária para que ele se defenda.

A comparação entre os governos Hartung e Casagrande e as acusações mútuas devem ser a tônica dessa campanha, segundo o próprio Casagrande. Porém, ele garante que vai conduzir tudo com respeito.

“A sociedade aprova majoritariamente meu governo. Está vendo a quantidade de recursos investidos na área social, em áreas que tornam o Estado mais competitivo e eficiente. Não estou atacando ninguém. Estou falando a verdade, aquilo que encontrei, e aquilo que estou fazendo. A campanha vai ser nesse tom. Até porque eu respeito aqueles que não me respeitam”, enfatizou.

Outro lado

Por volta das 20h40, o presidente regional do PMDB, deputado federal Lelo Coimbra, entrou em contato com a redação do Folha Vitória e negou a existência de qualquer acordo entre Hartung e Casagrande, na tentativa de evitar comentários negativos à gestão anterior. “Isso não existe”, garantiu.

Quanto ao silêncio do ex-governador durante os últimos três anos, o parlamentar justificou: “Ele cumpriu o seu papel, e passou o seu bastão para outro. Assim como fez com Luiz Paulo, em Vitória. Ele nunca deu nenhuma opinião que não fosse solicitada. O governador tem que cuidar do seu legado, e das coisas que são postas. O governador foi eleito com o princípio de continuidade, mas não continuou. Não tratou esses ativos para oferecer à sociedade tudo o que poderia oferecer”, afirmou.

Lelo ainda questionou a diferença dos índices de avaliação entre ambas as gestões. “Paulo saiu do governo com uma avaliação de 83%. Renato agora tem 45%. Qual a razão para um ex-governador ter uma avaliação melhor que o atual? A sociedade percebe as coisas, e quer a retomada daquilo que foi interrompido”. 

Segundo o presidente do partido, o ex-governador só vai discutir questões relacionadas à campanha “quando todo esse processo estiver concluído, e o debate começar”.