O governador Renato Casagrande (PSB) afirmou à coluna De Olho no Poder que não há decisão tomada sobre qualquer mudança na Secretaria de Turismo. A fala vem após questionamentos sobre a permanência do secretário de Turismo Philipe Lemos (PDT) no cargo com a entrada do ex-prefeito Sergio Vidigal (PDT) na gestão.
“Turismo não tem nenhuma mudança decidida”, disse o governador ao ser questionado se Philipe permaneceria no comando da secretaria. Perguntado também se o PDT ficaria com mais de uma pasta no 1º escalão, o governador não respondeu.
A coluna publicou mais cedo a questão levantada nos bastidores após o anúncio feito ontem (20) pelo governador da entrada de Vidigal no secretariado.
Ele vai comandar, a partir de fevereiro, a Secretaria de Desenvolvimento (Sedes), no lugar do vice-governador Ricardo Ferraço (MDB), que deixou a pasta para ficar mais “livre” para as demandas do governo e se viabilizar para 2026. Ele é o “plano A” do governo para a sucessão de Casagrande.
A questão é que, com Philipe e Vidigal como secretários, o PDT passa a ter duas cadeiras no primeiro escalão, diferente dos outros partidos aliados que só contam com uma indicação.
Interlocutores do governo disseram à coluna que dificilmente o PDT permanecerá com esse espaço, primeiro porque geraria ciúmes e atritos com outras siglas da base e também porque o governador precisa abrir espaço para abrigar outros aliados.
Fora da pauta
Ao alinhar sua ida para o governo, Vidigal disse que a Secretaria de Turismo não fez parte da mesa de negociações. “Esse assunto não entrou em pauta e nem o PDT pediu nenhum espaço”, disse o ex-prefeito à coluna.
Ele também não confirmou se o partido terá esse espaço diferenciado frente a outros da base aliada. É óbvio que para o PDT é interessante manter duas secretarias, mas nem os próprios pedetistas consultados pela coluna acreditam nessa possibilidade.
Uma alternativa aventada nos bastidores e que manteria Philipe como secretário seria se ele se filiasse à outra sigla, como o Podemos, e fosse “bancado” por ela para continuar no posto. Por exemplo, se o Podemos indicasse Philipe como cota partidária na gestão.
Questionado sobre essa possibilidade, o governador respondeu: “Não debati essa alternativa”. Dificilmente também o presidente estadual do Podemos, Gilson Daniel, aceitaria uma “secretaria fechada”, ou seja, já com secretário posto.
O pleito de Gilson seria para que ele mesmo fosse o indicado e virasse secretário. A pasta cobiçada seria Agricultura, que é vistosa, com muitas entregas e costuma dar retorno (votos) quando o secretário executa um bom trabalho.
Mas, como a coluna já mencionou, um convite a Gilson emperra no fato de ele ter como 1º suplente Coronel Ramalho (PL), que disputou a Prefeitura de Vila Velha com críticas à gestão Casagrande – da qual fez parte – e se tornou persona non grata no governo. Soma-se a isso o fato dele ser um opositor ferrenho do prefeito Arnaldinho Borgo (Podemos), aliado de Casagrande.
Portanto não é interessante para o governo abrir espaço para Ramalho tomar posse como deputado. Casagrande tem mantido conversas constantes com Gilson Daniel, para chegarem a um consenso sobre de que forma o partido pode estar bem representado no governo.
Pelo que a coluna apurou, ainda não teria sido apresentado um plano B, por parte do Podemos, para que se batesse o martelo na ocupação do espaço na gestão.
Casagrande iniciou o ano mexendo em seu secretariado para abrigar aliados políticos. Um dos objetivos é formar uma frente ampla, de olho nas eleições do ano que vem. Ele já trocou o comando das pastas de Saúde, de Desenvolvimento Urbano e Habitação e na de Desenvolvimento.
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