Após 12 horas, foi concluída a operação no intestino do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em Brasília, neste domingo (13). Trata-se da sétima cirurgia do ex-presidente desde a facada na campanha eleitoral de 2018.
Ele deixou o centro cirúrgico do Hospital DF Star por volta das 21h20. Segundo boletim médico do Hospital DF Star, divulgado às 21h42, Bolsonaro foi submetido a uma cirurgia de “estenda lise de aderências e reconstrução da parede abdominal”.
“O procedimento de grande porte teve duração de 12 horas, ocorreu sem intercorrências e sem necessidade de transfusão de sangue”, diz a nota.
Ainda segundo os médicos, a obstrução que fez Bolsonaro passar mal no Rio Grande do Norte se deu a uma “a dobra do intestino delgado que dificultava o trânsito intestinal e que foi desfeita durante o procedimento de liberação das aderências”.
Após a cirurgia, Bolsonaro foi enviado para a UTI. Segundo a nota, ele está sem dor, recebendo suporte clínico, nutricional e de prevenção de infecções.
Bolsonaro entrou no centro cirúrgico por volta das 9h da manhã deste domingo, para os procedimentos pré-operatórios, e a cirurgia de laparotomia exploradora começou às 10h, com o objetivo de liberar aderências intestinais e reconstruir sua parede abdominal, em consequência de complicações da facada que sofreu em 2018, em atentado durante a campanha presidencial.
O ex-presidente sentia fortes dores na região do abdomên desde a última sexta-feira, 11, quando interrompeu um evento do PL no Rio Grande do Norte e precisou ser levado de helicóptero para Natal. Na noite de sábado (12) foi transferido para Brasília em um avião com UTI aérea.
Ao longo da tarde e da noite, apoiadores do ex-presidente se reuniram na portaria do hospital e fizeram orações a cada três horas. A última foi feita às 21 horas, minutos antes de Michelle anunciar o término da cirurgia.
Apoiadores puxaram gritos de ordem, como “esse dia não será de luto, será de alegria” e que Bolsonaro precisava ser curado para “salvar o País”.
Ainda na noite de sábado, Leandro Echenique, cardiologista que faz parte do staff médico de Bolsonaro, previu que a cirurgia seria demorada.
“Vai tirar a tela que ele tem lá e vai recolocar. É uma cirurgia bem extensa, é um abdômen que já foi muito manipulado desde 2018, da facada”, explicou.
Nas redes sociais, na tarde de sábado, o ex-presidente já havia afirmado que seu médico pessoal, Cláudio Birolini, considerou o atual quadro clínico como o mais grave desde o atentado.
Segundo o cirurgião do aparelho digestivo do Hospital Oswaldo Cruz Rodrigo Perez, a obstrução intestinal é uma complicação comum em pacientes que já passaram por diversas cirurgias abertas, como é o caso do ex-presidente.
Hérnias, tumores e intoxicações também podem levar a esse quadro, conforme informações do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD).
Para a recuperação, há alguns cenários possíveis – no melhor deles, em que o problema é resolvido durante a cirurgia, a recuperação costuma ser “muito favorável”, aponta o médico. Mas, se há um número grande de alças intestinadas aderidas, é preciso fazer manipulação maior do intestino, o que pode retardar a recuperação.