Por Weverton Campos ([email protected])
Com o anúncio, no início de dezembro do ano passado, de que deixaria a Secretaria de Estado de Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano (Sedurb) para retornar à presidência do PT no Espírito Santo, João Carlos Coser já dava sinais de que pretende disputar a reeleição e de que, quem sabe, está certo da vitória. Em conversa com a coluna, o petista nega. Diz apenas que está “fazendo a passagem” e tocando politicamente a sigla, enquanto ainda permanece, sem data para sair, no governo do Estado, mesmo que anteriormente a decisão era deixar a Sedurb no final de dezembro. Por enquanto, Genivaldo Lievori (PT) – o presidente substituto – toca o PT capixaba burocrática e administrativamente. Até o dia 30 de janeiro devem ocorrer as inscrições para as chapas com vistas aos diretórios municipais e os novos delegados é que elegerão o novo presidente estadual do partido no mês de março. Apesar de ainda haver muita água para rolar, Coser diz que pode haver disputa ou consenso. “Acredito que vamos conseguir superar as diferenças internas e levantar o partido para reconstruí-lo”.
Concorrência
Será difícil Coser não ter concorrente, por conta do movimento Muda PT, que tem no Estado a adesão de nomes como Iriny Lopes, Marcelão, Ana Rita, Givaldo Vieira, Helder Salomão, Alexandre Passos, Perly Cipriano, Cláudio Vereza e os setores de juventude e mais de esquerda do partido. A ideia do grupo é apresentar um concorrente para João Coser e até então um dos nomes mais ventilados é o de Helder Salomão, que tem força tanto interna quanto externa. A dúvida é se Helder vai topar o desafio ou vai deixar pra lá, como fez com a Prefeitura Municipal de Cariacica.
Imbatível?
Se será difícil Coser não ter concorrente, pode ser fácil sua recondução. Ele faz parte de um grupo petista que tem estrutura, máquina e que negocia e ocupa espaços. Apesar do fortalecimento de setores de esquerda do partido, a avaliação é que ficou difícil, após o impeachment da então presidente da República Dilma Rousseff (PT), romper a barreira da institucionalidade e se aproximar novamente dos movimentos sociais e das origens do PT. Em parte porque o próprio Lula, maior projeto do partido para 2018, busca justamente a aglutinação de forças e a unidade, o que deve ter reflexo nos Estados e não condiz com as pretensões do Muda PT.
Coser corria riscos
Outra avaliação é que se continuasse no governo do Estado, Coser corria riscos de perder espaço e visibilidade para prefeitos que concorreram nas últimas eleições municipais, não ganharam, e podem ser aproveitados pelo Palácio, como Rodney Miranda (DEM) e Neucimar Fraga (PSD). Alijado da Sedurb, Coser veria inviabilizado o seu projeto para 2018 de se eleger deputado federal. Segundo fontes ouvidas pela coluna, a volta dele para a presidência do partido tem a finalidade de segurar a onda dos “rebeldes” da estrela vermelha, numa costura com o governo do Estado. No fim das contas, a saída de João Coser seria boa para os dois lados.
Amunes
Em resposta à coluna anterior, o prefeito de Viana, Gilson Daniel (PV), confirmou que tem se movimentado para presidir a Associação dos Municípios do Espírito Santo (Amunes) após o término do mandato de Dalton Perim (PMDB). Nos últimos dias, Gilson conversou com quatro prefeitos: dois da região do Caparaó, um do litoral Sul e outro do Norte. Mas o verde garante que tem conversado com prefeitos de todas as regiões capixabas. Gilson Daniel também admite que quer se articular para ter o apoio do governo do Estado e da bancada capixaba no Congresso.
Sem rivalidade
O prefeito de Viana não quer saber de disputa com Neto Barros (PCdoB) e Guerino Zanon (PMDB). “Entre eu e Neto com certeza não terá disputa”, garante Gilson, que quer montar chapa única. Ele teria conversado bastante com o prefeito de Baixo Guandu, mas o mesmo não teria ocorrido com o prefeito de Linhares. “Não tenho a mesma relação de amizade com Guerino, mas tenho o maior respeito por ele, pela grande liderança que é pro Estado e pela longa experiência adquirida. Acredito que seria um ótimo presidente”, diz o verde. Gilson também afirma que não disputaria com o peemedebista. “Não tenho interesse em nenhum tipo de disputa”, finaliza. Segundo o prefeito de Viana, ele não teria problemas em aceitar a sugestão de outro nome em vez do seu.
Bronca
Num evento com empresários, o governador Paulo Hartung (PMDB) deu uma bronca pública daquelas no secretário de Estado da Saúde, Ricardo de Oliveira, por ter chegado atrasado.
Estudos
O vereador de Vitória, Sandro Parrini (PDT), presidente da Comissão de Defesa do Consumidor e Fiscalização de Leis na Câmara Municipal, garante que o direito de defesa do consumidor será uma de suas principais bandeiras. O vereador já iniciou um ciclo de estudos e debates sobre o tema.