Os deputados estaduais do União Brasil Theodorico Ferraço, Torino Marques, Alexandre Quintino e Zé Esmeraldo vão se reunir na tarde desta segunda-feira (14) para definir qual rumo irão tomar após as recentes mudanças no partido. Conforme a coluna “De Olho no Poder” antecipou na última sexta-feira (11), o deputado federal Felipe Rigoni venceu a queda de braço com o ex-senador Ricardo Ferraço e assumiu o comando da sigla.
O deputado Hércules Silveira (MDB), cotado para se filiar à legenda, também deve participar da reunião, marcada para as 13 horas. Os deputados vão debater o cenário e o próprio futuro político. A coluna apurou que um dos itens em pauta é um manifesto à Executiva nacional pedindo que os deputados estaduais tenham liberdade para apoiar quem achar melhor na eleição para o governo do Estado.
Isso porque não há consenso, entre eles, sobre o apoio a Rigoni que lança, na próxima quinta-feira (17), sua pré-candidatura ao governo. A decisão de Rigoni de se lançar na disputa pelo Palácio Anchieta foi o pomo da discórdia que resultou na briga pelo comando do União Brasil capixaba.
Entre os deputados, cada um tem uma posição divergente. Quintino e Esmeraldo são da base aliada do governo. Esmeraldo acabou de se filiar ao União Brasil. Deixou o MDB após inúmeros embates com o grupo do ex-presidente emedebista Lelo Coimbra. As brigas partidárias foram judicializadas e Esmeraldo acabou expulso da sigla. Esmeraldo apoia Casagrande à reeleição – embora o governador não tenha admitido, o PSB conta com sua candidatura.
Quintino, por sua vez, já teria até dito a Rigoni que mudaria de legenda. Ele foi pego de surpresa com a mudança no comando do partido. Aliado de Casagrande, dentro e fora da Assembleia, o deputado vai apoiar o socialista à reeleição e quer entrar num partido que seja da base. Hoje, ele está bem próximo do PDT, embora já tenha conversado com PP, PSDB e PSB.
Já Torino vai para o lado oposto ao de Quintino. Bolsonarista e oposição ao governo do Estado, ele esteve na filiação de Manato ao PL e disse que iria esperar ver como ficaria o União Brasil para decidir sua vida. Uma das possibilidades seria ele ir para o PL, mas a legenda já filiou os deputados estaduais Capitão Assumção e Danilo Bahiense, que serão candidatos à reeleição, e dificilmente teria espaço para ele também.
O PTB poderia ser uma opção, mas também vive uma instabilidade interna com a briga da Executiva nacional, que traz reflexos para o Estado: ora o comando está com o grupo de Tenente Assis, que apoia Manato, ora está com o grupo de Adilson Espíndula, que apoia Casagrande.
Há ainda os que não apoiam nem um nem outro, mas defendem a família. É o caso do deputado estadual Theodorico Ferraço, que tem, como objetivo, reeleger a mulher, Norma Ayub, à Câmara Federal e ver o filho, Ricardo, num projeto majoritário, seja como vice ou candidato ao Senado.
A mudança no comando do União Brasil e a pré-candidatura de Rigoni ao governo do Estado frustram os projetos de Theodorico, que contava com Rigoni na disputa à Câmara Federal para fortalecer a chapa e consequentemente facilitar a reeleição de Norma. Nos bastidores, também haveria uma costura para que Ricardo fosse indicado a vice de Casagrande, levando o tempo de propaganda de rádio e TV e o milionário fundo partidário para a campanha do socialista.
“Eu quero ouvir os companheiros. Nós combinamos de formar uma chapa, então quero ouvi-los. Nós vamos discutir o Espírito Santo em si e os caminhos que podem chegar a Roma”, disse Theodorico.
Também na tarde desta segunda-feira (14) está marcada uma coletiva de imprensa do deputado federal Felipe Rigoni, que deve falar sobre o rumo do partido agora sob seu comando.