O diretor-presidente do Departamento de Edificações e Rodovias (DER-ES), Luiz Cesar Maretto, disse que as obras do Cais das Artes devem ser retomadas ainda nesse semestre. Segundo ele, só faltariam alguns ajustes entre as partes do contrato para retomar as obras do museu que estão paradas desde 2015.
Maretto disse à coluna “De Olho no Poder” que nos próximos dias terá uma reunião com a empresa para chegarem a um acordo, mas que há um “interesse real do governador Casagrande” de retomar a obra do que promete ser o maior espaço cultural do Espírito Santo.
“Há uma decisão do governador de retomar. Não está dependendo da Justiça, não. A Justiça tem sido até muito parceira. Está dependendo da relação DER, Controle, jurídico e empresa. Estamos ajustando. Nos próximos dias teremos mais uma reunião com a empresa para mais uma tentativa de acordo entre todos os pares para retomar a obra. Estou trabalhando para retomar ainda no primeiro semestre”, disse Maretto.
Em entrevista para a coluna, Maretto disse que há no Estado cerca de 270 obras em andamento e cerca de 50 para serem entregues nesse ano. O Cais das Artes é uma das cerca de 80 obras paralisadas herdadas do governo anterior. “Já conseguimos retomar 90% das obras que estavam paralisadas. O Cais das Artes é uma das poucas que ainda não retomamos”, explicou.
Maretto disse que está no “encalço” para concluir o museu. “A obra estava parada e eu, como diretor do Iopes, a assumi no primeiro governo de Casagrande. Terminamos o Kleber Andrade e demos um avanço significativo no Cais das Artes. Mas aí Casagrande não foi reeleito, Paulo Hartung voltou em 2015 e em maio de 2015 a obra parou”.
O diretor do DER disse que é difícil retomar uma obra após sua paralisação. “Retomar é muito difícil. A empresa pediu uma série de pagamentos, aí se instaurou a briga, judicializou… Mas, estou na luta. A obra que eu quero terminar é o Cais das Artes”, disse Maretto.
No final do ano passado, o governador cogitou a possibilidade de compartilhar o museu com empresas de tecnologia, que terminariam a construção e utilizariam parte do espaço por meio de uma concessão.
Mas a ideia não foi bem recebida pelo Instituto de Arquitetos do Brasil no Espírito Santo (IAB-ES), que chegou a promover uma intervenção artística em protesto à possibilidade de mudar a proposta inicial sobre o uso do Cais das Artes.
Maretto não é muito afeito à ideia de se mudar o projeto original, mas não é o DER quem irá definir a forma de uso. Seguindo o projeto original, a previsão, segundo Maretto, é de gastar mais R$ 100 milhões para a conclusão da obra – já foram gastos R$ 129 milhões. Isso se a obra for retomada tomando como base o mesmo contrato e as mesmas condições estabelecidos em 2013, quando houve a troca de empresa.
Parado há 7 anos
Não é a primeira vez que o governo promete retomar as obras do Cais das Artes paralisadas em 2015. Em 2020 e no ano passado, também ocorreram tentativas de retomadas, mas sem sucesso, uma vez que o contrato foi judicializado.
O contrato para o início das obras do Cais das Artes, na Enseada do Suá (Vitória), foi assinado em março de 2010 e orçado em R$ 115,5 milhões. A entrega do museu estava prevista para 2012, mas a construtora faliu. Houve mudança de empresa em 2013, a obra foi retomada, mas paralisada em 2015. Em 2018 foi contratada uma outra empresa, ao custo de R$ 3 milhões, para dar consultoria e gerenciar a obra, que continua parada e está longe de ser concluída.