GIRO POLÍTICO: Ales volta com sessões híbridas, tudo em paz no parlamento e o silêncio de quem acusa

Crédito: Ellen Campanharo/Ales

Às vésperas da campanha, Ales volta com sessões e reuniões híbridas

Onze dos 13 partidos representados na Assembleia Legislativa e a liderança do governo assinaram um documento para voltar com as reuniões híbridas na Casa, ou seja, de forma presencial e virtual. Agora, as reuniões das comissões temáticas e as sessões ordinárias de quarta-feira serão híbridas. Apenas o PT e o PSDB não assinaram o documento.

A proposta foi aprovada na sessão de ontem (16) contra os votos dos deputados Vandinho Leite (PSDB), Adilson Espíndula (PDT), Sergio Majeski (PSDB), Emilio Mameri (PSDB), Janete de Sá (PSB) e Hércules Silveira (Patriota). A deputada Iriny Lopes (PT) estava ausente durante a votação.

A decisão foi tomada com base nos artigos 29 e 102 do Regime Interno que dá ao Colégio de Líderes a prerrogativa para adotar medidas relacionadas às sessões plenárias e reuniões dos colegiados.

Os líderes partidários justificaram que há um acúmulo de demandas devido à pandemia e que o retorno das sessões híbridas ajudaria na produção legislativa. Também citaram o prazo limitado pela legislação eleitoral para aparecerem em eventos públicos e a coleta de sugestões ao Orçamento junto às suas bases eleitorais como motivos oficiais para aprovar o documento. Nos bastidores, porém, a proximidade da campanha e a necessidade de percorrerem o Estado em busca de votos também pesaram.

As sessões totalmente presenciais não duraram nem um mês na Casa, após o período mais crítico da pandemia. No dia 11 de abril, o plenário aprovou requerimento do deputado Sergio Majeski para que as sessões e as reuniões dos colegiados voltassem a ser 100% presenciais a partir do dia 18 de abril. Na ocasião, apenas Fabrício Gandini (Cidadania) e Iriny Lopes (PT) votaram contra.

***

Após sábado bélico, Erick Musso pauta todos os projetos do governo

Ontem, todos os olhos e ouvidos estavam voltados para a sessão da Assembleia e a possibilidade dos acontecimentos do final de semana – as acusações do prefeito Pazolini sobre suposta corrupção no Palácio Anchieta e a representação do governo ao Ministério Público para que o prefeito prove o que disse – repercutirem no parlamento. Mas, tudo correu dentro da normalidade.

Curiosamente, todos os projetos de interesse do governo foram pautados pelo presidente da Ales, Erick Musso, que presidiu a sessão e convocou até uma extraordinária para que as matérias fossem votadas e aprovadas em regime de urgência.

Tirando umas alfinetadas aqui e outras ali e umas indiretas subliminares – o deputado Danilo Bahiense ao ler o texto bíblico citou o lema político de Bolsonaro: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” –, nada, porém, fez lembrar os debates acalorados e bate-bocas de um passado recente entre a base e a oposição ao governo.

***

Em análise

Questionado pela coluna sobre a representação protocolada pela Procuradoria Geral do Estado (PGE) em que pede que sejam tomadas providências cabíveis para que o prefeito Lorenzo Pazolini apresente provas das acusações que fez no sábado, o Ministério Público informou, em nota, que a representação está em análise.

“O Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MP-ES), por meio da Procuradoria-Geral de Justiça, informa que recebeu a representação da Procuradoria-Geral do Estado (PGE-ES) que trata do assunto em tela. Informa ainda que o caso será analisado para futura manifestação”, diz a nota.

***

“Política não pode ser uma guerra para matar a reputação dos adversários”

Durante anúncio de investimentos em Montanha na manhã de ontem (16), o governador Renato Casagrande, sem citar nomes, disse que a “política não pode ser uma guerra permanente de matar a reputação dos adversários”.

“Vocês nunca me viram atacando ninguém. A política não é local da gente atacar as pessoas, se a gente tiver alguma denúncia a fazer, façamos ao Poder Judiciário, ao Ministério Público, à Polícia Civil, à Polícia Federal, para que eles possam fazer a investigação. Esses dias não foram dias fáceis porque tem gente que acha que a política é uma atividade para matar, assassinar a reputação das pessoas e não é. A política é um ambiente da gente debater temas e ideias”, disse Casagrande.

***

Mergulho em silêncio

Já o prefeito Lorenzo Pazolini, ao menos publicamente, ainda não apresentou as provas que disse ter sobre as acusações que fez no sábado, nem deu detalhes sobre a tal reunião que teria participado no Palácio Anchieta e com quem. Sua assessoria, procurada desde sábado, também não se manifesta a respeito, não atende aos contatos e nem divulga a agenda pública do prefeito.