O presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso (Republicanos), foi com uma comitiva do PSC a São Paulo, ontem (04), para um encontro com a cúpula das igrejas Assembleia de Deus. O PSC, partido que fechou aliança com o Republicanos, é ligado à denominação evangélica, e Erick, que é pré-candidato ao governo, foi em busca de apoio.
Na comitiva estavam o presidente do PSC-ES, Reginaldo Almeida, e a deputada federal Lauriete. Eles se encontraram com o pastor José Wellington Costa Junior, presidente da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB). Erick apresentou ao pastor suas propostas de governo e o que defende.
A igreja Assembleia de Deus é uma das maiores denominações evangélicas do País. No Estado, pelo menos cinco convenções da igreja são ligadas à CGADB: Cemades (Convenção Evangélica dos Ministros das Assembleias de Deus no Espírito Santo), Confradeesto (Convenção Fraternal das Assembleias de Deus do Espírito Santo e Outros), Ceades (Convenção de Pastores e Evangelistas das Assembleias de Deus do Espírito Santo), Comadeeso (Convenção dos Ministros das Assembleias de Deus no Espírito Santo e Outros) e, a maior de todas, Cadeeso (Convenção das Assembleias de Deus no Estado do Espírito Santo e Outros).
Segundo o presidente da Comissão Política da Cadeeso – convenção que reúne 3.879 ministros (pastores e evangelistas) –, pastor Rafael Ferreira, a CGADB costuma orientar as convenções afiliadas nos estados com relação ao apoio da igreja a candidatos que sejam da denominação.
Mas, há também a possibilidade de apoiar candidatos de fora da denominação, levando-se em conta suas bandeiras e aliados. Segundo Rafael, há uma orientação da nacional de não estar no mesmo palanque em que esteja o ex-presidente Lula.
Se essa determinação permanecer, as lideranças assembleianas podem ter que ficar fora do palanque do governador Renato Casagrande (PSB), embora muitas tenham proximidade e boa relação com o governador. Nacionalmente, o PSB e o PT fecharam uma aliança e hoje ainda devem bater o martelo se, no Estado, vão caminhar juntos ou não.
A assessoria da CGADB informou que o encontro foi cordial, mas não respondeu se dará apoio a Erick. “A Convenção Geral apoia os candidatos consequentemente apoiados pelas convenções e igrejas do Estado. Tendo o apoio da Convenção do Estado, sendo membro de Assembleia de Deus ligada à CGADB, a Convenção Geral recebe, avalia, e daí então decide sobre o apoio à candidatura”, disse a CGADB, por nota.
Segundo a CGADB, os representantes das igrejas locais devem ser consultados. “A Convenção Nacional não interfere na decisão das convenções estaduais, visto que cada diretoria tem suas prerrogativas e conhece a sua própria realidade. A Convenção Geral, em assuntos como este, segue a decisão da convenção do estado”.
Questionada se as convenções locais teriam autonomia para caminhar com candidatos diferentes do que receber apoio da CGADB, a assessoria informou que sim. “Autonomia têm. Mas, graças a Deus, a posição da liderança assembleiana tem caminhado na orientação da Convenção Geral no quesito eleições 2022”, afirmou.
Manato também quer a bênção
Quem também tem buscado apoio na mesma denominação é o ex-deputado e pré-candidato ao governo Carlos Manato (PL). Ele participou de uma sabatina, de aproximadamente 3 horas, com representantes da Confrateres (Convenção Fraternal dos Ministros das Assembleias de Deus do Espírito Santo e Outros) e afirmou que recebeu o apoio da convenção para sua pré-candidatura. A Confrateres não é ligada à CGADB, mas sim à outra convenção nacional: CADB (Convenção da Assembleia de Deus no Brasil).
Republicanos e PL disputam o voto do mesmo eleitorado e já há quem diga que o principal adversário de Erick nesta eleição é Manato, e vice-versa. Nos bastidores há uma competição velada para herdar o título de partido mais conservador do Estado e, consequentemente, o voto deste público.