O ex-prefeito de Vitória Luciano Rezende (Cidadania), cotado para disputar uma vaga ao Congresso Nacional e até para ser vice numa eventual chapa à reeleição do governador Casagrande, decidiu que não irá concorrer nesse ano. Luciano é médico da Prefeitura de Vitória e não se licenciou dentro do prazo destinado para servidores públicos que serão candidatos – o prazo terminou ontem (2).
“Eu resolvi não disputar a eleição neste ano. É uma decisão pessoal. Estou me dedicando exclusivamente à retomada das minhas atividades profissionais, estou dando aula, voltando às atividades médicas, dando consultoria, enfim”, disse o ex-prefeito à coluna “De Olho no Poder”.
Luciano tem dado aula, na modalidade de EAD, na Esesp (Escola de Serviço Público do Espírito Santo). “Estou passando a experiência que tive como gestor”, disse o ex-prefeito que, desde que deixou a prefeitura, em 1º de janeiro de 2021, anda meio sumido do debate político local.
Questionado se o fato de não disputar sinalizaria uma “aposentadoria” da política, Luciano respondeu: “É uma decisão relacionada a esse ano, a essa disputa eleitoral”. “E para a próxima, a municipal de 2024?”, questionou a coluna. O ex-prefeito, então, desconversou. Disse que as decisões são tomadas a seu tempo.
O fato de não disputar nesse ano, porém, não significa que Luciano estará fora do processo eleitoral. O ex-prefeito é presidente do Conselho Curador da Fundação Astrogildo Pereira – o instituto de formação política do Cidadania – e membro da Executiva Nacional do partido. “Acabamos de dar um curso nacional que teve 1.500 inscritos, com pré-candidatos do Brasil inteiro. Sou membro da Executiva Nacional, então eu participo ativamente das discussões dessa forma.
Apoio a Casagrande
Luciano disse que a relação com o processo eleitoral deste ano vai se desenvolver naturalmente e que não iria antecipá-lo agora. Mas, sinalizou que não vai ficar neutro na eleição com relação a apoios. “Existem candidatos que eu tenho simpatia, vou apoiar a reeleição de Casagrande, vou apoiar os candidatos do Cidadania, em todos os níveis, no Espírito Santo e no Brasil”.
O Cidadania fechou uma federação com o PSDB e, embora os dois partidos, hoje, façam parte da base aliada de Casagrande, não há ainda uma decisão formal de que irão caminhar juntos nas eleições. O Cidadania é um fiel escudeiro do PSB, mas é minoria na federação com os tucanos.
O presidente do PSDB capixaba, deputado Vandinho Leite, tem cobrado do governo uma vaga de protagonismo ao partido. Chegou a sinalizar que, sem isso, não haveria apoio. Nos bastidores, o “protagonismo” seria a vaga de vice na chapa de Casagrande.
Ao mesmo tempo e enquanto as decisões por parte do governo não saem, o PSDB conversa com outros atores. Recentemente, recebeu convite do ex-prefeito e pré-candidato ao governo Audifax Barcelos (Rede) para ocupar o posto de vice em sua chapa.
Já o Cidadania não faz exigências. Pelo menos não públicas. É um dos principais aliados de Casagrande e já há muito tempo. Se os tucanos decidirem levar a federação a apoiar outro grupo político devem encontrar resistências internas. A decisão de quem fecha com quem será tomada durante o período das convenções partidárias, que começa no próximo dia 20.