“Posse no TSE foi um ato em defesa da democracia”, diz Casagrande

O presidente do TSE, Alexandre de Moraes, e o governador Renato Casagrande

O governador Renato Casagrande (PSB) participou da posse do ministro Alexandre de Moraes na presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na noite desta terça-feira (16), e disse que o evento foi um ato em defesa da democracia. “A posse foi um ato em defesa da democracia, foi um ato em defesa das instituições, foi uma manifestação de confiança no sistema eleitoral brasileiro”.

Casagrande foi um dos 22 governadores que estiveram presentes na cerimônia, que foi bastante concorrida. Além dos gestores estaduais, o evento contou com a presença de chefes dos Três Poderes, incluindo o presidente da República, Jair Bolsonaro; ex-presidentes – Temer, Dilma, Lula e Sarney –; representantes de dezenas de embaixadas, prefeitos, ex-ministros e juristas. O Tribunal ficou lotado.

Todos que discursaram elogiaram o sistema eleitoral brasileiro e defenderam a democracia. E também elogiaram o novo presidente da Corte. Durante seu discurso de posse, Alexandre foi interrompido diversas vezes por aplausos.

“Começar uma campanha eleitoral com uma manifestação de confiança no sistema eleitoral brasileiro é importante porque mostra que não tem passo atrás com relação à democracia brasileira”, avaliou Casagrande. Nesta terça-feira iniciou oficialmente o período da campanha eleitoral para as eleições que ocorrem no dia 2 de outubro (1º turno).

Recados

Moraes não citou nomes em seu discurso, que já tem sido chamado de “histórico” no meio político e jurídico. Mas ele foi direcionado, totalmente, para os que têm atacado, reiteradas vezes, as urnas eletrônicas e a Justiça Eleitoral. A presença de diversas autoridades foi considerada, também, uma demonstração de força e apoio à sua presença à frente da Justiça Eleitoral.

Ele fez uma defesa enfática pela liberdade de expressão, mas criticou os discursos de ódio, os ataques à honra alheia e a disseminação de fake news. Disse que a Justiça Eleitoral será “célere” e “implacável” no combate a tais irregularidades. “Liberdade de expressão não é liberdade de destruição da democracia (…) A intervenção da Justiça Eleitoral, como afirmei anteriormente, será mínima, porém será célere, firme e implacável, no sentido de coibir práticas abusivas ou divulgações de notícias falsas ou fraudulentas, principalmente daquelas escondidas no covarde anonimato das redes sociais, as famosas fake news”, disse Alexandre, sendo interrompido por calorosos aplausos.

Ao dizer que o sistema eleitoral brasileiro é motivo de orgulho por sua transparência, segurança e competência, Alexandre foi aplaudido de pé, longamente. Um vídeo que circula nas redes sociais e que foi divulgado pelo jornal Folha de São Paulo mostra que apenas Bolsonaro, da mesa de autoridades, não aplaudiu o ministro.

Na mesa, Bolsonaro estava sentado ao lado do ministro Alexandre e de frente ao ex-presidente Lula. Por sua vez, Lula estava ao lado do ex-presidente Michel Temer, com quem conversou diversas vezes ao pé de ouvido. Na outra ponta estava a ex-presidente Dilma, ao lado do também ex-presidente José Sarney. A primeira-dama, Michelle Bolsonaro, estava sentada entre as esposas dos ministros Alexandre de Moraes e Edson Fachin.

Moraes encerrou seu discurso bradando pela democracia. “A presença de todos aqui hoje no Tribunal (…) demonstra que é tempo de união, é tempo de confiança no futuro e, principalmente, é tempo de respeito, defesa, fortalecimento e consagração da democracia. Viva a democracia, viva o Estado de Direito, viva o Brasil! Que Deus abençoe o povo brasileiro”.