O deputado estadual Vandinho Leite (PSDB), candidato à presidência da Assembleia, disse que não vai retirar o nome do jogo e que montará uma chapa para a eleição da Mesa Diretora que ocorre no próximo dia 1º: “Vai ter disputa”.
Conforme a coluna noticiou com exclusividade na tarde desta segunda-feira (23), o governo indicou aos deputados eleitos que irá apoiar Marcelo Santos (Podemos) na disputa à presidência da Assembleia. Vandinho confirmou a escolha do governo.
“Não vou compor. Vou fazer outra chapa e vai ter disputa. Nada contra o governo, mas a favor do Espírito Santo”, disse Vandinho com exclusividade à coluna De Olho no Poder ao ser questionado se iria compor a chapa encabeçada por Marcelo.
Ele sinalizou que tem ouvido as instituições e que essas seriam contrárias à eleição de Marcelo para a presidência da Assembleia. Ao ser questionado pela coluna, não citou quais seriam essas instituições.
Vandinho vem, desde o fim do processo eleitoral, se movimentando para disputar a presidência da Ales. Foi dele a iniciativa de montar o blocão para, a partir dali, definir a chapa. Contudo, ele nunca escondeu que tinha interesse na presidência.
Ele conseguiu juntar 24 dos 30 eleitos no blocão, mas o jogo começou a virar na semana passada, com Vandinho perdendo apoio para Marcelo. Ele chegou a entregar a coordenação do blocão – o líder do governo, Dary Pagung, assumiu – para continuar na disputa e começou a apresentar os nomes que fechariam com ele.
Mas, no final de semana o martelo foi batido, com Dary e Tyago Hoffmann (PSB) desistindo da disputa e fechando apoio a Marcelo.
Conforme a coluna apurou e noticiou mais cedo, teriam pesado na definição do governo, o tempo de mandato que Marcelo Santos tem na Assembleia – ele está no sexto mandato de deputado estadual – e a garantia, dada ao governo por Marcelo, de que não irá disputar a Prefeitura de Cariacica no ano que vem.
Cariacica é comandada pelo prefeito Euclério Sampaio (União), que é um dos principais aliados do governo na Grande Vitória. E embora Marcelo tenha apoiado Euclério na eleição de 2020, é de conhecimento do mercado político que o sonho de Marcelo sempre foi ser prefeito do município.
Um terceiro ponto que teria ajudado na construção do nome de Marcelo seria o fato dele também ter garantido que este será seu último mandato como deputado estadual. Ou seja, em 2026 ele não deve ser candidato à reeleição.
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Vandinho disse que já tem os nomes necessários para a disputa. “Já tenho as assinaturas para registrar a chapa”, disse ele, sem revelar os nomes. Questionado sobre como isso seria possível, uma vez que a maioria dos deputados estaria no blocão, coordenado por Dary, que agora apoiaria Marcelo, ele respondeu: “Blocão é uma coisa, chapa é outra”.
Na Assembleia, para disputar o comando da Casa, não pode ter candidatura avulsa, como no Congresso. É por meio de chapa completa, que deve conter sete nomes: presidente, 1º e 2º vices, 1º, 2º, 3º e 4º secretários. No dia da eleição (1º), o deputado eleito mais velho assume a sessão e abre para o protocolo das chapas na disputa.
Entre Vandinho e Marcelo, a maioria dos eleitos já tinha aderido ao tucano. Mas isso, antes do governo sinalizar quem seria seu candidato, o que tem bastante peso, até mesmo para virar o jogo. Como a base aliada é maior que a oposição e os independentes, a tendência é que os deputados sigam a orientação do governo, conforme alguns já admitiram para a coluna.
Nos bastidores, o vice-governador, Ricardo Ferraço (PSDB), estaria tentando contornar a situação para que Vandinho recuasse e fizesse parte da chapa encabeçada por Marcelo. Vandinho, porém, está irredutível e vai peitar o candidato do governo: “Minha posição é definitiva”, disse ele à coluna.
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