Aumentou para 33 o número de bolsonaristas do Estado detidos após as invasões e atos de vandalismo nas sedes dos Três Poderes, em Brasília, no último domingo (08). A informação é de um dos organizadores da caravana que levou seis ônibus do Espírito Santo para a capital federal.
Eles foram presos em frente ao QG do Exército de Brasília com mais de 1.200 pessoas e levados em 50 ônibus para o ginásio da Academia da PF, onde foi montada uma força-tarefa para fazer a triagem e pegar o depoimento dos bolsonaristas. Idosos e mulheres com crianças teriam sido liberados.
Na última segunda-feira (09), a coluna De Olho no Poder registrou, com exclusividade, que cinco pessoas tinham sido presas na garagem do prédio do STF. Dessas, três teriam sido liberadas. Segundo um dos organizadores, um dos presos seria Felício Manoel Araújo, 56, que num vídeo que circula na internet se identifica como “missionário Felício Quitito”.
A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seape) do Distrito Federal disponibilizou, na tarde desta terça-feira (09), uma lista com 412 nomes (atualizada às 18 horas de ontem) dos que deram entrada no sistema prisional. O nome de Felício consta na lista e ele se encontra no Centro de Detenção Provisória II (Complexo da Papuda).
Nos vídeos que viralizaram nas redes sociais e em grupos de conversas, com uma Bíblia na mão e sentado na Mesa Diretora do Senado Federal, Felício diz: “Foi muito gás. Tive que lavar meus olhos, molhar minha cabeça, mas graças a Deus, para a honra e a glória do Senhor Jeová, Jair Messias Bolsonaro estará voltando à nação e continuando o seu governo”.
Um dos organizadores da caravana, que também lidera um movimento de apoio a Bolsonaro e já deixou Brasília por medo de ser preso, disse que Felício é de Venda Nova do Imigrante e teria embarcado no ônibus que buscou bolsonaristas em Cachoeiro de Itapemirim.
Seis ônibus, entre quinta-feira e sábado, deixaram o Estado com destino a Brasília. Dois ainda estariam na capital federal e muitos passageiros voltaram ao Estado por outros meios, como avião e carro particular.
O líder do grupo disse que dos seis ônibus fretados que partiram do Estado, quatro tiveram patrocínio de um grupo de nove empresários. Em outros dois, foi cobrada passagem: R$ 400 para ficar no acampamento e R$ 580 com direito a duas diárias de hotel. O custo de cada ônibus, segundo o líder do movimento, seria de R$ 18 mil, conforme a coluna já tinha noticiado.
O vídeo de Felício viralizou em grupos de conversas e redes sociais, assim como de outros bolsonaristas capixabas. Dois chegaram a ser feridos por balas de borracha, conforme registrou a coluna.