A Secretaria de Segurança Pública do Espírito Santo (Sesp) descartou qualquer possibilidade de paralisação da Polícia Militar que, supostamente, estaria sendo convocada em todo o país. Um banner, intitulado “Convocação de Paralisação Nacional das Polícias Militares do Brasil”, para o próximo domingo (22), estaria circulando em grupos de conversas e redes sociais.
A convocação, que não tem assinatura, cita que a paralisação seria em protesto à prisão do ex-comandante da PM do Distrito Federal, coronel Fábio Augusto Vieira. Ele é investigado por suspeita de omissão na contenção dos atos golpistas ocorridos no último dia 8, em Brasília.
O cartaz chama a prisão de arbitrária e diz que se trata de uma “tentativa de intimidação a todos os militares estaduais”. Vídeos que circulam em redes sociais mostram policiais inertes, fazendo selfie e conversando com manifestantes durante a invasão às sedes dos Três Poderes.
Para as forças de segurança locais, o documento da convocação é apócrifo. “A Sesp não identificou possibilidade de qualquer paralisação no Espírito Santo e a Polícia Militar, como instituição democrática, seguirá atuando dentro da normalidade, para garantir o melhor serviço prestado à sociedade capixaba”, informou a secretaria, em nota.
A nota afirma também que dentro do que foi estabelecido no Gabinete de Crise, montado pelo governo do Estado para lidar com os desdobramentos dos atos antidemocráticos, todas as informações referentes a manifestações estão sendo monitoradas e que as atividades de inteligência da Sesp são sigilosas.
A coluna conversou também, sob reserva, com alguns policiais militares e não há, ao menos por ora, nenhuma pretensão de aderir à suposta convocação. Líderes de movimentos de direita no Estado, também consultados, disseram que se trata de uma “convocação fake”.
A possibilidade de que atos golpistas repitam no Estado o que ocorreu em Brasília tem deixado a segurança pública em estado constante de alerta. No último dia 11, também após circularem supostas convocações de manifestações pedindo “retomada do poder”, a Sesp ativou o Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), reforçou o policiamento e monitorou, em tempo real, possíveis movimentações nas ruas e na internet. O ato não ocorreu.