Tyago e Vandinho à frente na disputa pela presidência da Assembleia

Tyago Hoffmann e Vandinho Leite

O governador Renato Casagrande (PSB) começa, oficialmente nesta semana, as conversas com os deputados estaduais para discutir a Mesa Diretora da Assembleia. A eleição que vai definir o comando da Casa no biênio 2023-2024 será no próximo dia 1º. Porém, no Legislativo, as conversas já estão bem avançadas.

Cinco deputados tiveram o nome ventilado para concorrer à presidência. São eles: Tyago Hoffmann (PSB), Vandinho Leite (PSDB), João Coser (PT), Dary Pagung (PSB) e Marcelo Santos (Podemos). Nos bastidores, todos estariam se articulando, valorizando os pontos a favor e amenizando os contra, conforme já noticiado pela coluna. Entre os cinco, porém, dois já teriam colocado um pezinho na frente dos demais.

Tyago e Vandinho, juntamente com o deputado Hudson Leal, estariam conversando com outros parlamentares para chegarem a um acordo na construção de uma chapa única para concorrer. E, no bolão das apostas das articulações políticas, os dois estariam mais próximos de emplacarem o nome para a presidência.

Conforme a coluna também já tinha noticiado, no dia 30 de novembro, logo após o segundo turno da eleição, começou a ser construído um bloco de parlamentares para debater a eleição da Mesa Diretora.

Na época, o bloco contava com 20 parlamentares, mas hoje já está em 24 nomes, sob a liderança de Vandinho. Há uma expectativa, por parte do governo, de que os 30 deputados entrem no blocão para a formação de uma chapa única.

Quem está de fora do blocão?

Segundo a coluna apurou, os seis deputados que ainda não teriam assinado o blocão seriam Camila Valadão (Psol), Alexandre Xambinho (PSC), Marcelo Santos (Podemos), Sergio Meneguelli (Republicanos), Zé Esmeraldo (PDT) e Janete de Sá (PSB). Todos os demais, inclusive o PL – partido de oposição – estariam participando da discussão.

Camila disse que ainda não decidiu se vai assinar. Ela contou que irá tratar da questão com seu partido ainda nessa semana. Xambinho já tinha dito à coluna, anteriormente, que não fazia parte do blocão, mas não justificou os motivos. Os demais não retornaram aos contatos da coluna até o fechamento desta edição.

Nos bastidores, com exceção de Camila que tem um perfil mais independente, os demais seriam próximos de Marcelo Santos, que é um dos cotados à presidência. Ou seja, votariam nele para presidente e estariam aguardando dele um posicionamento. Porém, se continuar fora do bloco, Marcelo tem poucas chances de se viabilizar.

Segundo o regimento interno da Assembleia, no trecho que trata da formação da Mesa Diretora, o artigo 10 diz que “na composição da Mesa será assegurada, tanto quanto possível, a representação proporcional dos partidos ou blocos parlamentares que participam da Assembleia Legislativa”.

O regimento também diz que um bloco parlamentar pode ser constituído por dois ou mais partidos e ter, no mínimo, 10% dos membros do Parlamento, ou seja, três parlamentares. A ideia de vários partidos se juntarem para formar um bloco dá a possibilidade de lideranças, em partidos com bancadas muito pequenas, alçarem a um posto na divisão dos cargos.

O bloco se iguala a uma bancada partidária e tem o mesmo poder para indicar nomes. Indica mais quem tem mais membros. E essa divisão não é só para a Mesa Diretora, mas também para a formação das comissões permanentes da Casa – incluindo as mais importantes: Justiça e Finanças.

Nesta legislatura, a construção de um bloco parlamentar não interessa apenas aos partidos menores, mas também ao governo, uma vez que o PL – partido de oposição – elegeu a maior bancada da Assembleia (cinco deputados) e o Republicanos, que tem postura mais independente, elegeu quatro. Tanto os deputados do PL quanto do Republicanos estariam, até o momento, no blocão.

Em entrevista à coluna o governador já disse que busca ter governabilidade na Assembleia e que vai ouvir os deputados, na expectativa de que eles cheguem ao consenso sobre a chapa. Ele já teve alguns encontros com os cotados para a disputa.

Tucano tem a preferência?

Também começou a circular, na semana passada, que Vandinho poderia ser o escolhido para receber a benção do Palácio Anchieta na disputa pela presidência da Ales. Além dele estar à frente do blocão, fazendo o trabalho de convencimento para a entrada dos deputados, inclusive os da oposição, seu partido, que tem a vice-governadoria, não teria se sentido totalmente contemplado na divisão de espaços do governo.

O PSDB ficou apenas com a Secretaria de Desenvolvimento (Sedes), ocupada pelo vice-governador, Ricardo Ferraço (PSDB). Ocupar a presidência da Assembleia seria, para alguns tucanos, uma forma de compensação, uma vez que o PSB, partido do governador, e o Podemos, presidido pelo deputado federal eleito Gilson Daniel, terão dois secretários.

Questionado, Vandinho negou que haja esse tipo de pressão em cima do governo. “Assembleia não se discute partidariamente”, disse o deputado que também enfatizou que o partido está muito bem representado no governo. “O Ricardo (Ferraço) é vice-governador e representa muito bem o partido no governo”.

Em tempo: Os deputados tucanos Emilio Mameri e Marcos Mansur, que não foram reeleitos, devem fazer parte da gestão em algum posto do segundo ou terceiro escalões, segundo informou à coluna um interlocutor do governo. O mesmo interlocutor afirma que a Sedes faz parte da cota partidária do PSDB.

 

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