Já em conversa com partidos, vice-prefeita de Vitória pretende disputar no ano que vem

Capitã Estéfane

A vice-prefeita de Vitória, Capitã Estéfane (Patriota), já está se movimentando visando as eleições do ano que vem. Depois de estrear na política com um posto na principal prefeitura do Estado e tentar uma vaga à Câmara Federal no ano passado, Estéfane já tem se reunido com partidos e decidiu que vai participar do processo eleitoral de 2024.

Ela pode concorrer como candidata à prefeita, como vice ou ainda disputar uma cadeira na Câmara de Vereadores. “Independente do cargo, estou analisando disputar. Há muito mais chance de ser candidata do que de não ser”, disse Estéfane à coluna De Olho no Poder, na manhã desta quinta-feira (16), admitindo que tem conversado com dirigentes partidários.

Ontem, Estéfane se reuniu com o presidente do PV capixaba, Fabrício Machado, e outras lideranças do partido, que fizeram o convite formal para que ela entrasse na legenda. “Fizemos um convite para ela se filiar ao PV. Ela é um excelente nome, tem uma bela história de vida e representa bem as mulheres do nosso Estado”, disse Fabrício.

Capitã Estéfane e lideranças do PV

A foto do encontro foi parar nas redes sociais e já começou a gerar burburinhos. Estéfane confirmou o convite, mas ainda não deu resposta. “Em 2022, no processo eleitoral, conversei com vários partidos, entre eles, o PV. O partido gostou do meu perfil e me convidou para conversar sobre a próxima eleição. Nós temos uma pauta em comum, que é a questão da sustentabilidade, mas o cenário nacional ainda está se configurando, pode ser que tenha mudanças substanciais, então, vou agir com certa prudência”, disse Estéfane.

A prudência e a atenção ao cenário nacional fazem sentido. Primeiro porque há muitos partidos discutindo sobre junções e federações. Definir agora um abrigo partidário pode ser precipitado, uma vez que até abril do ano que vem – prazo limite para as filiações partidárias – muitas legendas podem mudar totalmente de configuração e de projetos.

Outro ponto, é a relação meio conturbada entre a vice e o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), que começou ainda no primeiro semestre do mandato e chegou ao ápice quando a vice foi impedida de falar num evento, tendo inclusive o microfone arrancado das mãos. No período eleitoral, Estéfane teve sua equipe toda exonerada, ficando apenas com uma secretária.

Hoje, os ânimos estão arrefecidos, embora cada um cuide do seu quadrado e Estéfane continue sem sua equipe de assessoria. Já não se vê mais episódios públicos da rixa entre os dois, mas, Estéfane prefere não antecipar o debate eleitoral, para evitar mais desgastes com o prefeito.

A coluna apurou que a vice andou também conversando com lideranças do PP e do União Brasil e, embora não confirme, nos bastidores, o desejo de Estéfane seria de disputar a prefeitura. Primeiro, claro, com o objetivo de ser eleita. Mas também de ter um espaço de fala, com uma candidatura feminina, e ter oportunidade de colocar seus projetos na mesa.

Ela também não bateu o martelo que sairá do seu atual partido, o Patriota. Embora não tenha encontrado uma boa estrutura para disputar no ano passado e tendo o partido perdido espaço com a não eleição do presidente estadual, Rafael Favatto, ela não fechou portas para o diálogo. Mas, também dificilmente deve aceitar o convite do PV.

Nem tanto pelo partido que, como ela disse, há pontos de conexão, como a pauta da sustentabilidade. Mas caminhar numa federação com partidos de esquerda – PV está federado com PT e PCdoB – fugiria bastante do perfil da vice-prefeita, que é evangélica, militar da reserva, tem algumas posições conservadoras e se identifica mais com políticas de centro e de direita.

Além disso, a federação deve fechar questão sobre a candidatura em Vitória e o nome a encabeçar a chapa deve ser mesmo o do PT. Aliás, isso é uma das poucas coisas que não devem mudar até outubro do ano que vem: que o PT terá candidato a prefeito da capital em 2024.

Independente do partido que escolha, Estéfane deve ficar na órbita do governador Renato Casagrande (PSB), a quem declarou apoio durante a campanha eleitoral do ano passado e vem se aproximando mais a cada dia.

Hoje, ao dar entrevista para a coluna, Estéfane tinha acabado de participar de um evento do governo – a entrega das novas instalações do Ciodes. É bem provável que o governo participe da construção do projeto da vice, tanto na escolha do partido quanto do cargo que irá disputar. Afinal, a Prefeitura de Vitória interessa muito ao governo do Estado.

Estéfane em evento do governo do Estado / crédito: Secom-ES

“Muito respeito por ela”

Quando esteve no Palácio Anchieta, no último dia 6, após um longo período de embates e rompimento com o governo do Estado, Pazolini foi questionado pela coluna sobre como estaria a relação com sua vice-prefeita.

“Da minha parte, excelente”, disse o prefeito, sem nem hesitar. Perguntado sobre a questão dos ruídos criados na relação e sobre o episódio do microfone, Pazolini disse que tem trabalhado para pacificar e distensionar a relação.

“Foi muito fruto da eleição, mas essa coisa decantou. Tenho muito respeito por ela, muita gente tensionou e hoje eu trabalho para distensionar, para pacificar. Tenho muita admiração pela Estéfane, pela história de vida dela, ela tem nos ajudado no diálogo com a sociedade, contribuindo com muitas ideias, que estão sendo aproveitadas”, disse Pazolini.

 

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