Numa reunião extraordinária, convocada para a tarde desta terça-feira (18), o corregedor-geral da Câmara de Vitória, Leonardo Monjardim (Patriota), determinou que o suposto autor da representação que pede a cassação do mandato do vereador Armando Fontoura preste depoimento. O administrador Sandro Luiz da Rocha será ouvido na próxima terça-feira (25), às 14 horas.
No último dia 5, quando a Corregedoria se reuniu para dar o parecer sobre a admissibilidade da representação contra Armandinho, Sandro Luiz compareceu à Câmara e, num primeiro momento, negou ser o autor da ação.
Como o processo ainda não havia sido instalado, ele não foi ouvido. Ainda assim, durante a reunião, ele chegou a mudar de versão pelo menos duas vezes: primeiro disse não ter assinado, depois que assinou pela metade e, por último, de que assinou o documento, mas por acreditar ser um pedido de audiência pública.
Na reunião da Corregedoria, ele chegou a escrever de próprio punho que não seria o autor da representação. O que não foi aceito. Em contato com a coluna, Sandro informou que protocolou na Câmara, no último dia 12, um requerimento com o mesmo teor, porém, o documento ainda não consta no sistema da Casa.
Segundo explicou Monjardim na reunião, é necessário que o autor preste depoimento para esclarecer os fatos e, por isso, fez a convocação. Há a suspeita de que assessores do vereador Chico Hosken (Podemos) – que assumiu a cadeira de Armandinho – poderiam estar envolvidos no episódio.
No último dia 12, o cantor Neno Bahia (Podemos) protocolou uma representação por quebra de decoro na Câmara de Vitória contra Hosken, conforme noticiou a coluna. Ele é suplente de Hosken e cita, na ação, que um assessor do vereador estaria envolvido numa armação para cassar o mandato de Armandinho.
Notificação na cadeia
O corregedor-geral também determinou que o vereador Armandinho seja notificado, presencialmente, sobre o processo que pede sua cassação. Ele será notificado em Viana, onde se encontra preso desde o dia 15 de dezembro.
Será designado um servidor efetivo para ir à penitenciária, onde Armandinho está preso, para notificá-lo a apresentar defesa. A partir da notificação, o vereador, por meio de seu advogado, passa a ter 10 dias para se defender.
Armando foi preso por ordem do STF acusado de supostamente participar de uma quadrilha de milícia digital, de disseminar fake news e atacar instituições de Estado e seus membros. Além dele, também foram presos na mesma operação: o jornalista Jackson Vieira Rangel e o líder religioso Fabiano de Oliveira.
Por ordem judicial, Armandinho não pôde assumir o posto de presidente da Câmara, para o qual havia sido eleito, e também foi afastado do cargo de vereador. Ele também está sem receber salários. Desde que foi preso, Armandinho ainda não prestou depoimento.
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